Segunda-feira, 19 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Sete presos, 49 feridos e um rastro de depredação de prédios públicos. Foi pouco para as pretensões dos vândalos ontem. Queriam muito mais. A transformação de Brasília em terra arrasada, por exemplo. A chegada das tropas do Exército agradou aos manifestantes. Na impossibilidade de vencer as eleições, conforme as regras da Constituição, preferem a intervenção militar.
Ultrapassa
Pelo alcance e consequências, a Lava-Jato supera a Operação Mãos Limpas, que ocorreu na Itália a partir do começo dos anos 90. No Brasil, ainda está em andamento. Muitas personalidades poderão ser atingidas. Quanto à conta, cairá no bolso da população.
Anda mal
O tradicional balcão de negociações, frequentado por parlamentares, empresários e lobistas, passa a se chamar balcão das promiscuidades. Nas entranhas do poder constituído se estabelece, para tristeza do País, o vale-tudo. No trato da coisa pública, ocorre uma mistura de desordem, confusão, bagunça, barafunda, miscelânea e mixórdia.
Apelo tem 10 anos
O senador Pedro Simon, a 25 de maio de 2007, convocou a sociedade a tomar as ruas e exigir o fim da corrupção no País. Ao defender movimento que denominou Reage, Brasil!, ocupando por mais de uma hora a tribuna do Senado, Simon disse não acreditar que transformações profundas e positivas, exigidas pelos brasileiros, possam ser realizadas a partir das instituições públicas que, em nenhum momento da história, estiveram tão contaminadas pela corrupção. Considerou natural o descrédito que atingiu o Congresso. “As pessoas não acreditam mais na representação política. Aos olhos da população, estamos todos aqui como protagonistas de um grande teatro do absurdo, fazendo o papel de vilões e de usurpadores”, lamentou.
Não tem cacife
A 25 de maio de 2007, o lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, revelou que fazia pagamentos mensais de 16 mil e 500 reais para cobrir despesas do senador Renan Calheiros. O mesmo senador que hoje quer bancar o árbitro na crise política que ajudou a criar e se desenvolver.
Descaso inadmissível
É incrível que governadores e parlamentares em Brasília admitam o calote da Lei Kandir, que isenta de ICMS as exportações de produtos primários e semielaborados. Até 2003, a União garantiu aos estados o repasse de valores para compensar perdas decorrentes da isenção de ICMS.
Porém, partir de 2004, a Lei Complementar 115, embora mantendo o direito de repasse, deixou de fixar o valor. Com isso, os governadores precisam negociar a cada ano com o Executivo o montante a ser repassado, mediante recursos alocados no Orçamento da União. Falta regulamentar no Congresso. Mas, quando?
A que ponto chegamos
Alguns bancos expõem em suas agências cartazes alertando para os cuidados que os clientes devem ter: atendimento eletrônico, páginas com e-mails falsos, vírus, cartões extraviados ou clonados para utilização no exterior, golpe do motoboy e boletos adulterados.
Entre aspas
“Quando a linguagem fracassa, é a violência que a substitui. A violência é a linguagem daquele que não se exprime mais pela palavra”. (Elie Wiesel, sobrevivente de campo de concentração da Segunda Guerra Mundial).
Coisas nossas, muito nossas
No Brasil, até bilionário delinquente é financiado por dinheiro público.
Fumaça é sinal de fogo
Delfim Netto não costuma dar palpite furado. Pediu ontem que o governo norte-americano extradite Joesley Batista.
Receita
Para uma nova fase de relações com o Legislativo, querem afixar na porta do Palácio Piratini um cartaz: chá e simpatia. Por enquanto, é chá sem açúcar.
Descendo a ladeira
O INSS tem 3 mil imóveis no País que estão fechados e muitos em péssimo estado de conservação. Vender e ajudar a tapar o rombo de caixa seria uma saída. Porém, ninguém mexe porque “é patrimônio público”.
Retrato da insistência
Quem defende a ética na política enfrenta também percalços: nada, nada e nada.
Perderam a bússola
Os que têm o costume em Brasília de beijar a mão dos poderosos, dia sim e o seguinte também, andam desnorteados.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.