Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 15 de julho de 2020
Apesar de uma retomada tímida, a queda na atividade econômica em maio deste ano no Brasil foi de 13,3%, em comparação com o mesmo mês de 2019, de acordo com o Monitor do PIB (Produto Interno Bruto) da FGV (Fundação Getulio Vargas), divulgado nesta quarta-feira (15). A FGV apontou um crescimento de 0,7% da atividade econômica em maio, na comparação com abril, na análise da série dessazonalizada. No trimestre móvel, a atividade registrou retração de 10,5%, em comparação ao trimestre móvel findo em fevereiro. Ainda segundo os dados, a economia retraiu 9,4% no trimestre móvel findo em maio.
“Após duas fortes retrações seguidas a economia voltou a apresentar variação positiva em maio. Da mesma forma, os principais componentes do PIB também mostram que as fortes retrações ocasionadas pelo isolamento social foram concentradas em março e abril, visto que, em maio, as três grandes atividades econômicas (agropecuária, indústria e serviços) cresceram, assim como os principais componentes da demanda (consumo das famílias e a formação bruta de capital fixo). Apesar do crescimento de 0,7% frente a abril, ainda é cedo para afirmar que este resultado indica uma retomada da economia tendo em vista que falta ainda muito para recuperar a enorme perda acumulada de 13,9% registrada nos meses de março a abril deste ano. Cabe ressaltar que a situação da economia é ainda muito frágil e mesmo com o crescimento observado em maio, a economia encontra-se em patamar 13,2% abaixo do que apresentava em fevereiro.”, afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.
A economia começou, em maio, a dar sinais de que o pior momento da crise econômica ocasionada pela pandemia de Covid-19 ocorreu em abril, quando a atividade econômica recuou 9,3%, em comparação a março. Os componentes do PIB que foram mais impactados pela atual crise também mostram trajetória semelhante de queda e ascensão. As atividades de outros serviços e a construção, entretanto, ainda caíram em maio, apesar de apresentarem taxas menos negativas do que as de abril (-0,9% e -1,5%, respectivamente).
A análise gráfica desagregada dos componentes da demanda foi feita na série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes. No entanto, como as medidas de isolamento social em decorrência da pandemia de Covid-19 iniciaram-se em meados do mês de março, tendo significativos impactos na economia, durante o ano de 2020, após a usual apresentação da composição da taxa trimestral é apresentada, também, a desagregação da taxa mensal interanual destes componentes.
Consumo das famílias
O consumo das famílias caiu 10,1% no trimestre móvel findo em maio, em comparação ao mesmo trimestre no ano anterior. O consumo de serviços explica praticamente metade dessa retração devido, principalmente, as fortes retrações no consumo de saúde privada e de alojamento e alimentação. O consumo de produtos não duráveis é o único a apresentar variação praticamente estável (-0,1%), apesar de apresentar variação negativa após dois meses consecutivos de queda na taxa mensal interanual. As informações são da FGV.