Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 24 de março de 2019
O presidente venezuelano Nicolás Maduro acusou no sábado (23) o líder da oposição Juan Guaidó e seu partido político de um complô fracassado para assassiná-lo. “O fantoche diabólico acabou de desmantelar um plano, que ele pessoalmente dirigiu, para me matar”, disse diante de milhares de chavistas que marcharam para o palácio do governo em Caracas, referindo-se a Guaidó.
Chefe do Parlamento, Guaidó é reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da nação. Maduro ainda pontuou em seu discurso que o partido de Guaidó, Vontade Popular, que descreve como “grupo terrorista”, teria manejado milhões de dólares nesta conspiração. “Não vamos perder o pulso para que esses criminosos sejam presos um a um”, advertiu.
Ele assegura que os fundos venezuelanos bloqueados por Washington e entregues ao líder parlamentar são para financiar o complô que, segundo o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, incluiu “assassinatos seletivos” e “sabotagem” aos serviços público.
Mais cedo, Rodriguez disse em comunicado televisionado que “informações de inteligência” revelaram “assassinos contratados” recrutados em El Salvador, Guatemala e Honduras, que foram enviados para a vizinha Colômbia para entrar na Venezuela.
O ministro divulgou capturas de tela de supostas conversas via WhatsApp entre Marrero e Guaidó, em que teriam coordenado o uso de US$ 1 bilhão, vindo de fundos bloqueados por sanções, para financiar grupos irregulares com o apoio do governo do presidente colombiano Ivan Duque.
Ao reafirmar a denúncia de Rodríguez, Maduro anunciou que um chefe paramilitar colombiano foi capturado na Venezuela e que seu depoimento apresenta “provas”. Rodríguez o identificou como Wilfrido Torres. Guaidó pede à comunidade internacional que mantenha a pressão contra o governo Maduro com sanções internacionais que, segundo Rodriguez, levou ao bloqueio de cerca de US$ 30 bilhões.
No sábado, ele disse que não será intimidado, referindo-se à detenção de Marrero. No que chama de “Operação Liberdade”, o líder da oposição percorre o país para preparar uma mobilização nacional em direção ao palácio presidencial de Miraflores, em data a ser definida.
“Estamos na rua e eles não vão nos intimidar”, disse durante uma manifestação em Barcelona (estado de Anzoátegui, nordeste). No auge de sua popularidade e com amplo apoio internacional, Guaidó não conseguiu quebrar o elo de lealdade dos militares a Maduro.