Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de setembro de 2020
Atriz e humorista conta que doou cestas básicas para colegas durante pandemia
Foto: Marcos Guimarães/DivulgaçãoAos 55 anos, Nany People não tem paciência para o tribunal da internet. Depois de revelar que pediu empréstimo para pagar as contas na pandemia de coronavírus e rebater quem a criticou, a atriz e humorista perdeu de vez a calma com quem não só julga o que não sabe, no caso, sua vida, como desconhece a realidade de boa parte da classe artística. “Acham que artista não passa necessidade”, diz ela, que, como muitos colegas, viu a situação financeira deteriorar rapidamente durante a quarentena.
Nany, que começou a trabalhar aos 12 anos, explica que sempre procurou ter uma reserva financeira para cerca de dois meses. Mas “a vida parou no dia 14 de março e continuou parada”. “Meu apartamento é quitado, meu carro é próprio. Mas pago apartamento e creche de uma sobrinha, faculdade de outra, carteira de motorista. Tenho muitos amigos que foram para a casa da mamãe [na pandemia], mas eu sou a mamãe”, conta.
“Minha reserva se acabou depois de dois meses. Aí pedi empréstimo no banco, como já fiz várias vezes na minha vida para produzir meus espetáculos”, diz Nany. Ela se surpreendeu com a velocidade que a notícia se espalhou e a repercussão que gerou. “Até amiga minha com câncer no Nordeste se ofereceu para ajudar pagando contas”, lembra.
A atriz pegou dois empréstimos, cujo valor não revela. O primeiro, com taxas mais altas. Já o segundo, com juros mais baixos, ela usou para pagar boa parte do anterior e está usando o restante para as contas que chegam. O dinheiro, conta Nany, ajudará ela a se manter até março de 2021, quando espera que a situação tenha melhorado.
Entre a contratação dos empréstimos e o fato vir a público, apareceu, como a atriz diz, “uma primeira luz no fim do túnel”. Ela recebeu um convite de Bruno Astuto para fazer entrevistas nas redes sociais do Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, e também para lives monetizadas com patrocínio de empresas. “Deus foi tão bom que apareceram as lives”, assume Nany, que ficou furiosa com as críticas que recebeu por recorrer ao banco.