Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de março de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A 18 de março de 1986, três semanas após ter sido lançado o Plano Cruzado que congelava tudo, o presidente do Conselho Administrativo do Bradesco, Amador Aguiar, fez declaração surpreendente publicada pelo Jornal do Brasil:
“Nos anos anteriores, os bancos ganharam bons lucros. Agora, bem que eles podem aguentar três ou quatro meses de prejuízos. Tabelamento de juros? Bem, na verdade quando administra – da forma como está administrando os juros – o governo já pratica um tabelamento. E da forma como isso está sendo feito, é uma medida razoável. Agora, que é tabelamento, sim, é tabelamento. Ninguém se engane.”
O entrevistado estava com 82 anos e era conhecido como “o Amador mais profissional do País”.
Sobre o Plano Cruzado, demonstrou entusiasmo:
“Nunca vi um movimento como este, de apoio da população às medidas anunciadas pelo governo para combater a inflação. É um fato histórico. Pode representar o começo de uma importante mudança de mentalidade do brasileiro, que passa a enxergar as coisas. Com inflação zero já dá para a gente saber quanto tem no bolso.”
Não adiantou e a chance foi perdida. O Plano funcionou até as eleições de 15 novembro de 1986. Depois, desandou com aumento dos preços.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.