Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de janeiro de 2019
O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que não há um movimento de privatização no banco público, mas venda de participações de subsidiárias que serão alvo de operações de abertura de capital. Essas ofertas que devem abranger os segmentos de seguros, cartões, gestão de recursos e lotéricas, conforme ele, serão “grandes” e visam não só pagar R$ 40 bilhões equivalentes aos IHCD (instrumentos de dívida) ao governo, mas para melhorar a governança do banco e do crescimento dessas áreas.
“Serão grandes operações. Além de usar dinheiro para pagar o Tesouro, essas operações vão ajudar a melhorar a governança e o lucro das subsidiárias. Na seguridade, por exemplo, se temos resultado de R$ 1 bilhão, essa cifra pode saltar para algo entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões em alguns anos”, afirmou Guimarães, lembrando que tem “muita expertise” em IPOs ao ter assessorado operações como a da BB Seguridade, holding que concentra as operações de seguros do Banco do Brasil, e do Santander Brasil.
O executivo garantiu ainda que as operações de abertura de capital não são contra a Caixa, mas visam a garantir ao banco mais 100, 200 anos de vida. Segundo ele, se o banco não pagar o IHCD, todo lucro gerado pela instituição em vez de ser distribuído será destinado ao pagamento do IHCD.
Guimarães destacou que o governo federal emprestar R$ 40 bilhões via título sem vencimento “não existe”. “Qualquer banco privado não tem acesso a IHCD. O ministro Paulo (Guedes) não acha justo e nós vamos sim abrir capital de subsidiárias e usar esse dinheiro para pagar o Tesouro em 4 anos, com calma”, explicou o novo presidente da Caixa. Segundo ele, embora seja uma determinação do controlador devolver esses recursos, faz todo sentido.
Dívida
Guimarães, declarou ainda nesta segunda (7) que o banco público possui uma dívida de R$ 40 bilhões com o governo federal, sem prazo para pagamento. Ele disse que pagará esse montante nos próximos quatro anos.
“Isso não é justo (dívida sem prazo). Todos temos prazos para pagar, e esses R$ 40 bilhões serão pagos”, disse. “É uma determinação do meu chefe, o ministro da Economia e temos várias maneiras [de fazer o pagamento]. Uma delas é abrir o capital de empresas que são controladas pela Caixa. A princípio, as operações de cartões, seguros, ‘asset’ [ativos] e loterias”, disse.
Abrir o capital significa vender ações da empresa na Bolsa de Valores. Com a operação, a companhia passa a ter outros investidores como sócios, além do Estado.
Guimarães declarou que as medidas estão adiantadas e duas ou três operações de abertura de capital serão realizadas ainda em 2019. Seguridade, cartões e loterias são as que devem ser ofertadas ao mercado.