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Política “Não soube me conter diante de tanto poder”, disse o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que assumiu ter gasto 20 milhões de reais entre 2007 e 2015

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Provocado pelo juiz Marcelo Bretas, ele disse ter interesse em reparar financeiramente os crimes que confessou, entregando bens. (Foto: Reprodução)

Num depoimento emocionado, três dias após conhecer o neto na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) afirmou nessa sexta-feira que não soube se conter diante do poder obtido em duas décadas de carreira política.

Ele reconheceu “promiscuidade” com empresários na arrecadação para campanhas, disse ter adotado prática “desonestas” e assumiu ter tido “soberba” em sua carreira política ao eleger aliados para diferentes cargos. Ainda assim, mudou pouco a linha de defesa, afirmando que nunca pediu propina, mas se apropriou de sobra de caixa 2 de campanha.

“Foi nessa promiscuidade [com empresários] que eu me perdi, que eu usei dinheiro de campanha para fins pessoais. […] Eu não soube me conter diante de tanto poder e tanta força política. de uma maneira vaidosa querer fazer prefeitos nas cidades, vereadores, deputados, usar recursos…”, declarou o ex-governador.

O emedebista admitiu que arrecadou cerca de R$ 500 milhões para campanhas próprias e de aliados, tendo usado cerca de R$ 20 milhões para fins pessoais.  Cabral voltou a afirmar que ajudou campanhas de aliados e “até da oposição”. Mas, mais uma vez, se negou a nomear os beneficiários do caixa 2 que arrecadou.

Provocado pelo juiz Marcelo Bretas, ele disse ter interesse em reparar financeiramente os crimes que confessou, entregando bens. “Abra mão de seu patrimônio e demonstre de forma prática seu arrependimento”, disse o juiz Marcelo Bretas. “Qual a importância de patrimônio estando longe dos filhos?”, disse ele, que afirmou que vai oferecer os valores à Justiça.

O discurso mais humilde foi adotado na semana em que Cabral conheceu, com autorização de Bretas, seu primeiro neto, filho do deputado federal Marco Antônio Cabral (MDB). O encontro ocorreu na terça-feira, quando o ex-presidente Lula depôs como testemunha de defesa na ação penal sobre compra de votos no COI (Comitê Olímpico Internacional).

“De uns dias para cá venho refletindo sobre os erros que cometi. A história vai dizer meus acertos e meus erros como governante, parlamentar. Mas sem dúvida, o senhor me permitiu no início dessa semana fazer eu olhar para mim mesmo, para o meu passado, presente e futuro”, disse ele. Antes da audiência, Bretas defendeu a autorização dada e afirmou ser “humano antes de juiz”.

“Só não bateram em mim por ter autorizado o encontro com seu neto, porque houve algo mais importante, a conversa com o ex-presidente. Não abro mão. Independente da ignorância de algumas pessoas, prefiro pecar pelo excesso de gentileza. Não veja em mim um inimigo”, disse o magistradoque já o condenou em quatro processos.

O emedebista foi ouvido na ação penal em que é acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por meio dos doleiros Renato e Marcelo Chebar em contas no exterior. Ele voltou a negar que soubesse a forma com que a dupla operava e negou ter determinado envio de recursos para o exterior. Ao responder aos questionamentos do Ministério Público Federal, retomou o tom combativo dos depoimentos anteriores.

Classificou como “ideia de jerico” a hipótese de ter deixado em nome dos irmãos Chebar contas com US$ 100 milhões, como relata o Ministério Público Federal. “E se eles morrem?”, repetiu. Ele questionou os procuradores Rodrigo Timóteo e Stanley Valeriano sobre outro caso com as mesmas características. Ao ouvir do segundo o exemplo do ex-prefeito Paulo Maluf, respondeu.

“Estavam em nome de offshore em nome dele. Procure se informar”, disse Cabral. Apesar disso, o foco de Cabral era assumir erros, embora negasse a acusação de que cobrou 5% de propina sobre grandes contratos durante sua gestão. “Tenho que ter um sentido histórico da minha vida, diante da minha família, diante do que esta lá em cima”, disse Cabral.

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