Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 31 de janeiro de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O Grenal do dia 11 de março foi antecipado para ontem à tarde na Assembleia Legislativa. As galerias do plenário ficaram tomadas por torcidas organizadas e acaloradas. Em vez de um juiz da CBF, havia um toureador, o presidente Edegar Pretto. No plenário, uma correria de deputados que deixavam as poltronas para atacar na tribuna.
O objetivo era votar, mas o exercício da retórica arrastou o jogo. Ficou a impressão de que os parlamentares da oposição queriam se manter fiéis a uma das leis de Murphy: tudo leva mais tempo do que todo o tempo que você tem disponível.
Pinga fogo
1) O deputado Marcel van Hattem jogou um palito de fósforo no tonel de gasolina quando foi à tribuna para criticar Leonel Brizola e o presidente Pretto.
2) A Comissão de Ética terá muito trabalho, a partir da próxima semana, com denúncias que receberá de deputados. Consideraram-se ofendidos durante discursos.
3) A pauta da convocação extraordinária da Assembleia inclui a votação do Regime de Recuperação Fiscal e da retirada da exigência de plebiscito para federalizar ou privatizar a CEEE, a Sulgás e a CRM. Até o final da tarde de ontem, não ocorreu sequer o debate sobre os projetos.
Tentativas
Durante as quatro horas da sessão de ontem, a oposição permaneceu com os olhos atentos, fazendo a varredura. Bastava um deputado governista se levantar e chegar à porta do plenário para que fosse pedida a contagem dos presentes. A cena repetiu-se por seis vezes. Se menos de 28 apertassem o botão do painel eletrônico, a sessão seria cancelada.
Próximos da reprise
Por pouco, a sessão não repetiu o Grenal da Pauleira, ocorrido no Estádio Beira-Rio, a 20 de abril de 1969, quando a briga envolveu 20 jogadores e as torcidas enlouqueceram.
Passando adiante
Levantamento do portal G1 identificou que o governo federal, os estados e as prefeituras de capitais pretendem repassar ao menos 238 projetos à iniciativa privada. Consequência dos cofres raspados. Porém, ainda há quem fale em modernizar o país, aumentando a estatização. É uma saída tradicional que serve aos amigos do rei.
Esquema viciado
O modelo das estatais permite aos tecnocratas, que mandam mais do que os diretores, tomar decisões sem transparência. Nas grandes empresas privadas, de capital aberto, as gerências precisam trabalhar por resultados e sem vínculos políticos.
Primeiro depósito do ano
O Fundo Partidário depositou ontem nas contas bancárias o total de janeiro: 62 milhões e 955 mil reais. As fatias maiores ficaram com o PT (8 milhões e 426 mil); o PSDB (7 milhões e 199 mil) e o MDB (6 milhões e 912 mil). As menores porções: Novo e PMB, 92 mil e 900 reais cada.
É muito fácil
A janela para deputados estaduais e federais migrarem de partido sem a perda do mandato será aberta entre 7 de março e 7 de abril deste ano. A dança é resultado de um sistema extremamente permissivo, que não estabelece vínculos verdadeiros de filiação. Suas Excelências entram por uma porta e saem por outra sem qualquer cerimônia.
Coleção de absurdos
Grande parte das 35 siglas registradas no Tribunal Superior Eleitoral não tem base doutrinária e se transforma em balcões de negociações. Os nanicos, ao se coligarem com partidos maiores, apostam que ganharão migalhas do poder. Circunstância que deprecia a credibilidade e leva a males insanáveis.
Aperto tradicional
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, a 31 de janeiro de 2003, declarou em reunião com a bancada federal do PT que o governo teve de adotar medidas como o aumento dos juros e a intensificação do aperto fiscal, evitando a entrada do país em colapso.
Este conhecia tudo
O economista Roberto Campos apontava o único pecado que a política não perdoa: dizer a verdade antes do tempo.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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