Quarta-feira, 02 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 7 de junho de 2024
Transcorridos 36 dias desde que o nível do Guaíba ultrapassou a cota de alerta (último etapa antes da altura de transbordo), a altura da água baixou nessa sexta-feira (7) nas imediações da Usina do Gasômetro, Centro Histórico de Porto Alegre. O índice medido durante a madrugada foi de 3,14 metros, um centímetro a menos que o novo parâmetro oficial. À noite, já estava em 3,09m.
De acordo com projeções de especialistas, não está descartada a possibilidade de pequenas oscilações por causa dos ventos até a próxima segunda-feira (10). Mesmo assim, a projeção é de que o indicador continue abaixo do nível de alerta no local pelo menos ao longo da próxima semana.
Durante a cheia, a régua instalada nessa área banhada pelo Guaíba acabou danificada e depois substituída, fato que no final de maio contribuiu para a decisão do governo gaúcho de alterar os parâmetros de monitoramento para refletir de forma mais fidedigna o novo equipamento. A cota de inundação passou então de 3 para 3,6 metros, ao passo que o nível de alerta foi elevado de 2,50m para 3,15m.
O acompanhamento tem sido realizado em tempo real, com auxílio de um sistema a lasers, na régua do Gasômetro. Os dados são compilados e divulgados pela Agência Nacional de Águas (ANA), a partir de um trabalho de campo da Rede Hidrometeorológica Nacional e do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Redução gradual
As fortes chuvas começaram no Estado em 27 de abril. Em Porto Alegre, o pico do Guaíba foi registrado em 5 e 6 de maio, com 5,33 metros na régua do Cais – contribuíram para a elevação inédita os altos volumes pluviométricos e a água procedente de outros rios.
Desde o dia 25, a altura tem diminuído de forma gradual, contribuindo para o fim de maior inundação da história da capital gaúcha – até então, o recorde era o da famosa enchente de 1941 (4,76m). No primeiro dia deste mês, a água estava em 3,58m, finalmente abaixo da cota de inundação após 35 dias.
Com o recuo do rio, muitas pessoas têm retornado às suas residências e reaberto empresas nos bairros mais afetados pela catástrofe ambiental. É o caso do Humaitá e do Sarandi, ambos na Zona Norte.
Próximos dias
Conforme a empresa Metsul Meteorologia (metsul.com), o cenário é extremamente favorável à continuidade da baixa do Guaíba porque praticamente não há previsão de chuva até a metade do mês, em meio a um período prolongado de chuva escassa e ar mais quente:
“Logo, não haverá chuva que interfira no nível do Guaíba em mais uma semana. E sem expectativa de ar frio chegando à Lagoa dos Patos, não haverá nenhum episódio de vento forte do quadrante-sul que possa gerar repique temporário”.
O informe acrescenta que o inverno é uma estação mais chuvosa no Rio Grande do Sul e podem ocorrer episódios de precipitação intensa “Após a enchente inédita, um período mais prolongado de tempo firme, como o atual, é fato extremamente positivo para que o manancial esteja muito mais baixo quando chegar a próxima chuva volumosa”.
(Marcello Campos)