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Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2022
Apenas um terço dos brasileiros avalia positivamente a educação pública e em alguns dos Estados mais ricos do País percepção da população é pior do que a percepção média do Brasil. Essas são algumas das conclusões de uma pesquisa encomendada pelo Instituto Natura, pelo Instituto Sonho Grande e realizada pela Quaest sobre percepções em relação à educação pública e em relação ao ensino médio no Brasil.
De acordo com o levantamento feito entre 9 e 19 de junho e que se baseou em 6.547 entrevistas nos 26 Estados e no Distrito Federal, a educação pública recebe uma avaliação positiva de apenas 32% dos brasileiros.
Quando observado apenas o ensino médio, avaliação é um pouco melhor: 39%.
De uma forma geral, os entrevistados (três e cada quatro) afirmam que mais recursos destinados à educação garantiriam melhor qualidade de ensino e aprendizagem.
No topo do ranking dos Estados com a melhor avaliação nos últimos três anos aparece Alagoas, seguido por Ceará, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Na outra ponta, com pior avaliação nos últimos três anos estão Rio de Janeiro (o pior avaliado), São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Distrito Federal.
O que parece ser um trunfo para alguns Estados com avaliação melhor, segunda pesquisa, é o fato de estarem avançando mais rapidamente na adoção do ensino médio de tempo integral.
“Existe uma revolução do ensino médio integral que está acontecendo no Brasil e alguns Estados estão bem avançados na universalização dessa modalidade”, diz David Saad, do Instituto Natura. O instituto tem apoiado iniciativas na área de educação entre elas o ensino médio em tempo integral.
A avaliação, segundo ele, é que essa modalidade, que tem se espalhado pelo Brasil, será uma ferramenta para, entre outros pontos, ajudar na redução da desigualdade.
Felipe Nunes, da Quaest, chama atenção também para o fato de que, na percepção dos entrevistados, mais recursos são fundamentais para melhorar a qualidade da educação.
“Há uma visão de que o mínimo constitucional de 25% para educação não está sendo suficiente”, disse ele.
Saad reforça o argumento de que recursos públicos na educação são chave, no entanto faz uma ressalva: “Há um espaço muito grande para melhorar a educação com eficiência do gasto e às vezes Estados que têm menos recursos conseguem usar esses recursos de maneira mais eficiente, em políticas que tem mais efeito.” As informações são do jornal Valor Econômico.