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Por Redação O Sul | 30 de agosto de 2017
A Nasa (a agência espacial norte-americana) e diversos especialistas alertaram: não é seguro olhar para o sol sem proteção. Mesmo assim, alguns observadores do eclipse solar total resolveram arriscar no último 21 de agosto. O resultado, de acordo com alguns médicos dos Estados Unidos, são pacientes com problemas de vista chegando aos consultórios.
O oftalmologista Raj Maturi, do Midwest Eye Institute, em Indianápolis, disse ao USA Today que recebeu dois pacientes que relataram problemas após o eclipse. Ambos olharam para o sol durante o fenômeno sem proteção, mesmo que por alguns segundos.
Os pacientes disseram que estão vendo um borrão de brilho no meio da visão. Felizmente, de acordo com o médico, a exposição não foi longa o suficiente para causar danos permanentes – anti-inflamatórios e outros remédios contribuíram para os olhos voltassem ao normal em alguns dias.
“As células dos olhos sofrem um choque de energia”, disse Maturi ao USA Today. “Infelizmente, não há tratamento para uma longa exposição. Você está literalmente queimando os olhos, e é impossível recuperar.”
O consultório de Maturi e outros laboratórios dos Estados Unidos receberam ligações de observadores do eclipse preocupados, mas os problemas mais simples foram descartados ou solucionados por telefone.
Durante o eclipse, o presidente Donald Trump chegou a olhar rapidamente para o sol sem proteção. De acordo com a Nasa, os óculos especiais não podem ser substituídos pelos normais ou por filmes antigos de fotografia.
Segundo o USA Today, alguns pacientes entraram em contato com a Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana porque perceberam que olharam para o sol quando estava coberto por uma nuvem. O diretor do departamento de oftalmologia, Louis Cantor, respondeu que isso também poderia ter causado danos aos olhos.
A última vez em que tal espetáculo ocorreu do Pacífico ao Atlântico foi em 1918. O último eclipse solar total visto em qualquer parte dos EUA aconteceu em 1979.
Cerca de 12 milhões de pessoas moram na zona de 113 quilômetros de largura e 4 mil quilômetros de extensão na qual o eclipse solar total se mostraria, e uma multidão viajou a pontos da rota para apreciá-lo.
Na Roshambo ArtFarm de Sheridan, no Oregon, as pessoas miraram suas câmeras para o céu enquanto a lua ocupava aos poucos o lugar do sol do meio-dia, fazendo o ar refrescar.
“Tenho muita sorte de estar aqui hoje”, disse Jason Davis, de 29 anos, que se casou no sábado e decidiu parar no Oregon pelo eclipse. “É bem legal. Estou um pouco surpreso com a mudança de temperatura”.
O eclipse atingiu a totalidade primeiramente neste Estado às 10h15min locais pelo horário da costa oeste, começou a marchar lentamente pelo país rumo ao leste e terminou às 14h49min da costa leste, perto de Charleston, na Carolina do Sul, onde os observadores se reuniram no quebra-mar do porto.