Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
19°
Mostly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Nos cinco primeiros dias de vacinação contra o coronavírus, o Brasil aplicou doses em mais de 400 mil pessoas

Compartilhe esta notícia:

Mônica Calazans é a primeira brasileira vacinada. (Foto: Governo de SP/Reprodução)

Nos cinco primeiros dias de campanha nacional de vacinação contra o coronavírus, o Brasil aplicou doses em 404,2 mil pessoas, aponta balanço realizado junto às secretarias estaduais de saúde. Atrasado, o País começou quando mais de 50 nações já haviam vacinado. Agora tem começo mais veloz do que vizinhos como Argentina e Chile e até alguns europeus, a exemplo da Itália, mas fica atrás da Turquia, que também usa a Coronavac. Se considerar os tamanhos das populações, o ritmo inicial do Brasil perde também para Israel e Alemanha.

O balanço de vacinação brasileiro é parcial, uma vez que há dados apenas de 11 Estados e do Distrito Federal, mas inclui a maioria das regiões mais populosas, como São Paulo, Rio, Bahia e Paraná. No último domingo, houve um grupo de vacinados no Hospital das Clínicas de São Paulo, logo após a autorização de uso emergencial dada à Coronavac pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas a campanha, de fato, só teve início na segunda-feira.

vacina

Cientistas da USP e da Unesp compararam a velocidade da vacinação no Brasil com a de outros países, a pedido do Estadão. A análise se concentra nos cinco primeiros dias de vacinação em cada país. “Embora o Brasil seja referência mundial em produção de vacinas e imunização em massa, a vacinação contra o coronavírus começou com uma temperatura morna”, avalia Wallace Casaca, matemático da Unesp e responsável pelo levantamento. Além disso, o País precisa correr para recuperar o tempo perdido à espera da chegada e liberação dos imunizantes.

Casaca está à frente da plataforma SP Covid-19 Info Tracker, que projeta infecções, óbitos e recuperados em São Paulo. “O Brasil supera as campanhas da França, Itália e Espanha, países que sofreram muito com a pandemia”, diz. “Por outro lado, é superado pela Turquia, que possui uma população muito menor do que a brasileira”, completa.

Para comparar diferentes tamanhos de populações, os pesquisadores calcularam o número de doses aplicadas para grupos de 100 pessoas. De cada centena, o Brasil vacinou 0.19. Isso significa que foi vacinado 0,19% da população nacional. Israel já apresentava 2,3 vacinados por cem, já nos cinco primeiros dias de campanha. Na Turquia, de 82 milhões de habitantes, a vacinação começou em ritmo acelerado – só nos dois primeiros dias foram imunizados 600 mil profissionais de saúde. O país comprou 50 milhões de doses da Coronavac e recebeu 3 milhões.

Alguns países optaram por iniciar a vacinação mais cedo, ainda que com uma quantidade bastante limitada de doses. O Chile, por exemplo, começou na véspera do Natal, quando aterrissaram as primeiras 10 mil de doses da Pfizer. Nos primeiros quatro dias, imunizaram cerca de 8,6 mil.

Estudo de pesquisador da USP já apontou a necessidade de vacinar cerca de 160 milhões de brasileiros com a Coronavac para o País alcançar a imunidade coletiva. O recrudescimento da pandemia pressiona o poder público a apressar a vacinação, mas o número limitado de doses é um gargalo. Nesta primeira semana, foi distribuído pelo País um lote de 6 milhões de unidades da Coronavac. A Anvisa aprovou o uso emergencial de outro lote, de 4,8 milhões, e chegaram 2 milhões de doses da vacina de Oxford, importadas da Índia.

O Brasil chegou a anunciar negociação de 70 milhões de doses com a farmacêutica Pfizer, mas ainda não fechou o contrato. Para produzir mais, o Brasil depende da liberação de matéria-prima pela China. “Enfrentamos situação grave de indisponibilidade de vacinas”, avalia o virologista Flávio Guimarães, do Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Quando o Ministério da Saúde liberou a campanha nacional, houve problemas de logística para que as doses chegassem a todos os Estados – 11 só aplicaram as primeiras doses no dia seguinte.

Em cada região, a vacinação também foi iniciada ao mesmo tempo em que os lotes ainda eram divididos entre os grupos prioritários – profissionais de saúde, idosos em asilos e indígenas – e enviados para cidades do interior. Além disso, em oito Estados e no Distrito Federal foram abertas investigações sobre supostos desvios de doses e fura-filas, o que envolveu secretários de Saúde, filho de deputado e até os próprios prefeitos.

Ao receber a remessa indiana, o ministro, general Eduardo Pazuello, disse que “rapidamente” o Brasil deve conseguir vacinar oito milhões e passará a ser o 2.º país do Ocidente com mais imunizados, atrás apenas dos Estados Unidos.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Mais de 60% dos brasileiros veem a pandemia do coronavírus fora de controle. A intenção de se vacinar aumentou
O governo federal avalia a reestruturação na Economia que esvazia as atribuições do ministro Paulo Guedes
https://www.osul.com.br/nos-cinco-primeiros-dias-de-campanha-nacional-de-vacinacao-contra-o-coronavirus-o-brasil-aplicou-doses-em-4042-mil-pessoas/ Nos cinco primeiros dias de vacinação contra o coronavírus, o Brasil aplicou doses em mais de 400 mil pessoas 2021-01-24
Deixe seu comentário
Pode te interessar