Sexta-feira, 04 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2023
O novo ministro da Previdência, Carlos Lupi, anunciou a intenção de revisar a reforma da Previdência e de zerar a fila do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ao assumir a pasta, ele também defendeu a regionalização das regras de aposentadoria.
“Tenho que conversar com os ministros da Fazenda, do Planejamento; mas precisamos cuidar dos atrasos que houve nessa antirreforma [da Previdência]”, disse Lupi diante de uma plateia de convidados que o aplaudiu.
O novo ministro anunciou a intenção de montar uma comissão quadripartite com representantes do governo, de sindicatos de empregadores, de trabalhadores e de aposentados. Segundo ele, essa comissão analisará “com profundidade” as mudanças trazidas pela reforma da Previdência em 2019.
Alegando defender um novo relacionamento entre previdência e seguridade social, Lupi negou que haja déficit na Previdência. Segundo o ministro, isso só seria possível com a destinação “de toda a arrecadação destinada para a Previdência na Previdência”. Ele, no entanto, não explicou se destinaria a arrecadação da seguridade social para cobrir o resultado negativo do INSS.
Lupi também defendeu a regionalização das regras de aposentadoria, baseadas na expectativa de vida de cada região do país. Ele não deu prazo para apresentar a proposta, mas disse que poderá ser até o fim do ano.
O ministro da Previdência anunciou a intenção de zerar a fila para a concessão de benefícios do INSS (aposentadorias, pensões e auxílios). Ele afirmou que pretende trabalhar “nas próximas horas” para elaborar uma proposta de concessão de bônus a servidores do órgão que sejam mais produtivos na análise dos processos.
Outra sugestão para diminuir o tempo de espera para receber as aposentadorias, explicou Lupi, seria a realização de um mutirão em conjunto com governadores e prefeitos.
Durante a cerimônia, o novo ministro anunciou que o líder do PDT na Câmara dos Deputados, Wolney Queiroz (PE), será o secretário-executivo da pasta.
Carlos Lupi
Natural de Campinas (SP), e radicado do Rio de Janeiro (RJ), Carlos Lupi nasceu em 1957 e, ainda na juventude, trabalhou como jornaleiro, quando conheceu Leonel Brizola e o ajudou a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT), em 1980.
Entre 1983 e 1987, Lupi foi coordenador-geral das regiões administrativas da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. Em 1988, ocupou o cargo de assessor especial do prefeito. Dois anos depois foi eleito deputado federal pelo estado, licenciando-se logo em seguida para assumir a Secretaria Municipal de Transportes do Rio.
Carlos Lupi foi vice-líder do PDT na Câmara dos Deputados, tesoureiro e vice-presidente nacional do partido. Em julho de 2004, assumiu a presidência nacional do PDT, cargo que ocupa até hoje.
Em março de 2007, assumiu o Ministério do Trabalho e Emprego e permaneceu no cargo até dezembro de 2011. Em 2017, foi conduzido ao cargo de vice-presidente da Internacional Socialista (IS), que reúne partidos progressistas de todo o mundo e tem o PDT como único participante brasileiro, cargo que ainda ocupa na atualidade. As informações são da Agência Brasil e do Palácio do Planalto.