Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de dezembro de 2021
O Nubank estreou nesta quinta-feira (9) na Bolsa de Nova York com alta de 25%, começando o pregão valendo US$ 11,15. Com isso, a fintech chegou ao mercado valendo quase US$ 52 bilhões e tomou da Ambev o posto de terceira empresa brasileira mais valiosa em Bolsa.
A cervejaria vale US$ 44,5 bilhões hoje na B3. Na quarta (8), quando precificou seu IPO, o Nubank era avaliado em US$ 41,5 bilhões. Com a alta da estreia, apenas Vale (US$ 69,7 bilhões) e Petrobras (US$ 71 bilhões) são mais valiosas que o banco digital de David Vélez.
Nova fase
A abertura de capital marca o início de uma nova fase da fintech e vai permitir que o banco tenha um impacto ainda maior na vida financeira de muitos brasileiros, disse Cristina Junqueira, uma das três fundadoras, após tocar o sino na Nyse, na cerimônia que marca a chegada da empresa ao pregão americano.
“Fazer o IPO é um jeito de acelerar o impacto financeiro na vida de muitos brasileiros e ajudar as pessoas a retomar o controle do seu dinheiro. É o começo de uma nova fase, não é a linha de chegada”, disse Cristina, a mais nova bilionária do País cuja participação acionária pode ser avaliada em até US$ 1,1 bilhão, segundo a Bloomberg.
O colombiano David Vélez, também fundador e principal acionista do Nubank, disse que o IPO traz maior capacidade de inovar ao banco, com possibilidade de oferecer mais produtos.
“É mais um passo na jornada de democratizar os serviços financeiros”, afirmou durante a cerimônia do IPO.
O banco tem ainda como sócio fundador o americano Edward Wible. Analistas afirmam que com a abertura de capital, o mercado vai cobrar números mais consistentes de lucro do Nubank daqui para a frente.
“Neobanks”
Para Thiago Lobão, CEO da Catarina Capital, gestora especializada em empresas de tecnologia, o Nubank se inclui no segmento dos “Neobanks”, que têm estratégia orientada por tecnologia buscando engajamento e massificação e não necessariamente lucro no curto prazo.
O ideal é comparar os números da empresa com seus poares do setor de tecnologia e não com o Itaú.
“E é aí que começa a polêmica em cima da compreensão entre o que são os banco tradicionais e bancos digitais. Os neobanks estão investindo para comprar demanda, com resultados deficitários, mas buscam escala para gerar caixa no médio e longo prazo. Portanto, não é adequado comparar Itaú, um banco que está se reposicionando, e Nubank, uma empresa disruptiva e transformadora”, diz Lobão.
Ele lembra que o Nubank poderá agregar serviços a sua base engajada, seja na área de saúde e telefonia.
Redução da oferta
Para garantir que seu IPO saísse, o Nubank reduziu a faixa de preço de suas ações em 20%. Desde a semana passada, o mercado financeiro americano estava nervoso com surgimento da Ômicron, a nova variante do coronavírus, e os potenciais estragos na economia global que a nova cepa do vírus poderia causar. Por isso, a faixa inicial de preço entre US$ 10 e US$ 11 caiu para US$ 8 e US$ 9.
Também para enfrentar uma onda de pessimismo global com as ações de fintechs (startups do segmento financeiro),com os investidores apostando em menos crescimento dessas companhias, o Nubank garantiu que investidores âncoras comprassem quase a metdade da oferta.
Fundos como Sequoia, Tiger, Softbank, Dragoneer, Baillie Gifford, Sands Capital, Invesco, e fundos geridos pelos bancos Morgan Stanley e J.P. Morgan indicaram a compra de pelo menos US$ 1,3 bilhão em papéis, quase a metade da oferta.