Terça-feira, 21 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de outubro de 2020
O presidente Jair Bolsonaro reiterou nesta sexta-feira (9), em viagem ao Pará, que o auxílio emergencial não será pago para sempre e que, apesar do valor baixo para os beneficiários, é muito caro para a União, ao mesmo tempo que ressaltou que outras medidas tomadas pelo governo farão que o País volte em breve à normalidade.
“O auxilio emergencial não é para sempre, tenho isso na cabeça, é um momento. Até porque é caro demais para a União. É pouco até para quem recebe, reconheço, mas é caro demais para a união”, discursou o presidente em cerimônia na cidade de Breves, na ilha de Marajó (PA).
“Mas com medidas outras que foram tomadas nesses seis meses, sete meses, que foram tomadas desde que começou a pandemia, brevemente estaremos de volta à normalidade.
Esta semana, o governo negou a intenção de estender o auxílio para os primeiros meses de 2021 e também de estender o orçamento de guerra para o próximo ano. Informações de que medidas nesse sentido estariam sendo analisadas abalaram o mercado financeiro.
O auxílio emergencial foi estendido até dezembro com um valor menor, de 300 reais por beneficiário, metade do pago inicialmente. O governo estuda, com o Congresso, a criação do Renda Cidadã, uma extensão do Bolsa Família, com valor maior e mais famílias atendidas, mas ainda não encontrou uma fonte de financiamento suficiente e que não viole o teto de gastos.
Bolsonaro voltou a lamentar os meses de quarentena causados pela epidemia de Covid-19.
“Sabemos os efeitos dessa pandemia. Lamentavelmente, alguns obrigaram vocês a ficarem em casa. Eu não tive participação nisso, foi decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Mas fizemos todo o possível para minimizar a dor em especial o sofrimento dos mais humildes”, afirmou.
Na verdade, o STF apenas reconheceu o direito de governadores determinarem sobre a abertura ou não do comércio, escolas e outros negócios em sua jurisdição, mas não tirou o poder de ação do governo federal.
Redução da pobreza
Em meio à pandemia da Covid-19, o auxílio emergencial contribuiu para a queda temporária da pobreza no Brasil. Segundo o estudo Covid, Classes Econômicas e o Caminho do Meio: Crônica da Crise até Agosto de 2020, divulgado nesta sexta-feira (9) pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social), 15 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza até agosto de 2020, uma queda de 23,7%. A comparação é feita com os dados fechados de 2019.
De acordo com a definição usada pela FGV, a pobreza é caracterizada pela renda domiciliar per capita de até meio salário mínimo (R$ 522,50).
Segundo o coordenador da pesquisa, Marcelo Neri, apesar de o país ainda registrar 50 milhões de pobres após esta queda, este é o nível mais baixo de toda a série estatística.
“De maneira geral, a gente observou um boom social inédito, mesmo comparando com períodos pós-estabilização, que foram períodos de boom social. Em toda a série estatística a pobreza nunca esteve num nível tão baixo, são 50 milhões de brasileiros. A queda foi realmente inédita, de acordo com as séries estatísticas”, disse.
A redução de pobreza chegou a 30,4% na Região Nordeste e a 27,5% no Norte do país. No Sul, a redução foi de 13,9%; no Sudeste de 14,2% e no Centro-Oeste a queda na pobreza chegou a 21,7%. As informações são da agência de notícias Reuters e da Agência Brasil.