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Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2018
O FED (Federal Reserve), o banco central dos Estados Unidos, decidiu nesta quarta-feira (1°) manter as taxas de juros do país entre 1,75% e 2%, como esperava o mercado, mas ressaltou a intenção de dar sequência ao ajuste monetário, ao destacar o ritmo forte de crescimento da economia americana.
“O mercado de trabalho continuou se reforçando e a atividade econômica cresceu em uma taxa forte”, ressaltou, em comunicado, o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) do FED após reunião. Na nota, o banco central dos EUA, que aprovou a medida de maneira unânime, com oito votos a favor, acrescentou que a despesa das famílias e o investimento empresarial também aumentaram “com força”.
Desse modo, o FED indica que, em seu próximo encontro, em 25 e 26 de setembro, realizará um novo aumento do preço do dinheiro. O banco central americano, presidido por Jerome Powell, já elevou as taxas de juros em duas ocasiões neste ano, e antecipou duas altas adicionais antes do fim de 2018 para acompanhar o bom momento da economia dos EUA.
Esta reunião foi a primeira após as incomuns críticas do presidente americano, Donald Trump, ao ajuste monetário do FED de duas semanas atrás, nas quais disse “não estar entusiasmado” com a política monetária no país.
“Os ganhos com emprego foram fortes, em média, nos últimos meses, e a taxa de desemprego permaneceu baixa. Os gastos das famílias e os investimentos fixos nos negócios cresceram fortemente”, acrescentou o Fed. Os investidores já haviam descartado a possibilidade de mudança na reunião desta semana, com expectativa de aumento das taxas no próximo mês e em dezembro.
A economia americana cresceu ao ritmo de 4,1% no segundo trimestre, o melhor desempenho em quase quatro anos, com consumidores impulsionando os gastos e agricultores apressando os embarques de soja para a China para se anteciparem às tarifas retaliatórias.
Bens duráveis
Os americanos compraram mais bens duráveis (+9,3%) e, em particular, automóveis. Outro fator fundamental para os números do trimestre foram as exportações, que subiram 9,3%, seu nível mais elevado em 5 anos. O relatório do Departamento do Comércio assinala “uma aceleração das exportações de produtos alimentícios, bebidas, alimentos para o gado e especialmente soja”. As exportações contribuíram com 1,12% no crescimento, sua máxima contribuição em 5 anos.
Os EUA utilizam uma metodologia diferente da feita pela maioria dos países para a divulgação do PIB. No Brasil, por exemplo, o IBGE divulga o crescimento trimestral em relação ao trimestre imediatamente anterior e em relação ao mesmo período do ano anterior, e não a taxa anualizada.
A inflação também está se recuperando após seis anos sem cumprir a meta do Fed. A medida preferencial de inflação do banco central — o índice de preços ao consumidor (PCE, na sigla em inglês) excluindo alimentos e componentes de energia — subiu ao ritmo de 2% no segundo trimestre.