Quarta-feira, 01 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 10 de abril de 2017
O bombardeio dos EUA a uma base aérea síria na quinta-feira (06) é um “recado” à Coreia do Norte e a outros países que representam ameaça internacional, disse no domingo (09) o secretário de Estado americano, Rex Tillerson. No sábado (08), o governo de Donald Trump reforçou os sinais na direção de Pyongyang com o envio de cinco navios militares para águas territoriais da Península Coreana.
“É prudente fazer isso, não?”, respondeu o chefe do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, H.R. McMaster, quando perguntado sobre o deslocamento da frota em entrevista à Fox News. “Esse é um Estado delinquente que agora tem um regime com capacidade nuclear”, justificou. Segundo ele, Trump pediu uma “ampla gama de opções” para “remover” essa ameaça aos EUA e seus aliados.
Ele disse em entrevista que o objetivo americano é promover a desnuclearização da Península Coreana, não a mudança de regime em Pyongyang. Em resposta à ação americana, o governo norte-coreano afirmou que o ataque à Síria justifica a necessidade de seu programa nuclear.
“Vamos reforçar de todas as maneiras nossa capacidade de autodefesa para enfrentar os movimentos cada vez mais irresponsáveis dos EUA na direção de uma guerra e nos defender com nossa própria força”, disse uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores, segundo a Associated Press. “Algumas forças estão propagando que o recente ataque militar dos EUA na Síria é uma advertência para nós, mas não estamos assustados.”
O programa nuclear do regime liderado por Kim Jong-un foi um dos principais temas do encontro entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, na semana passada. Na véspera da chegada do líder chinês aos EUA, a Coreia do Norte realizou mais um teste de mísseis balísticos, o que foi interpretado como um desafio à pressão americana.
Escalada
Realizado em retaliação a um ataque com armas químicas que deixou pelo menos 86 pessoas mortas na terça-feira (04), o bombardeio americano na Síria continuou a elevar a tensão entre os atores envolvidos na guerra civil do país, na qual 400 mil pessoas morreram nos últimos seis anos.
A Rússia e o Irã reiteraram ontem o apoio ao regime de Bashar Assad e disseram que a ofensiva favoreceu a ação de terroristas e dificultou a obtenção de uma saída diplomática para o conflito. Os presidentes Vladimir Putin e Hassan Rohani conversaram por telefone e concordaram que o ataque foi uma “flagrante violação” da soberania de um país independente.
“Esse é um movimento unilateral que precisa ser revisto e condenado em um encontro do Conselho de Segurança da ONU”, declarou Rohani. “Teerã está pronta para aumentar sua cooperação com Moscou na campanha contra terroristas.” O líder iraniano também conversou ontem com Assad. (AE)