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Por Redação O Sul | 31 de maio de 2017
Incomodado com as articulações do PSDB para sucedê-lo no cargo por meio de eleição indireta, o presidente Michel Temer se reuniu com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que hoje preside a sigla. Na conversa, ocorrida na noite de segunda-feira, em São Paulo, Temer fechou acordo com os tucanos para votar a reforma da Previdência e, apenas depois disso, tratar da sucessão.
“Sucessão”, para Temer e o PMDB, é a de 2018 e não a decorrente de sua possível deposição pela cassação da chapa Dilma-Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na reunião com os líderes tucanos, o presidente reafirmou que não renunciará e que recorrerá a todos os instrumentos legais para permanecer no cargo, o que pode demandar mais de um ano.
Disse, também, que o PSDB é sócio do governo e seria ilusão o partido pensar que não enfrentará os mesmos problemas se vier a substituí-lo, inclusive no que diz respeito às investigações da Operação Lava-Jato.
Houve, no encontro, consenso de que a aprovação das reformas deve ser o principal objetivo da aliança que promoveu o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e apoia o governo Temer. O presidente registrou movimento dentro do PSDB para derrubá-lo. Os tucanos estão, de fato, rachados em relação ao governo e à solução a ser dada na hipótese de Temer ser afastado.
O senador Tasso Jereissati, um dos favoritos à sucessão de Temer pela via indireta, complicou-se ao fazer reunião com deputados que defendem a saída do atual presidente. Além disso, passou a ser visto como potencial adversário pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, declaradamente pré-candidato à Presidência em 2018.
O temor é de que, ocupando o Palácio do Planalto agora, o senador cearense se fortaleça para ser candidato em 2018.