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Brasil O diretor do Butantan prevê a piora na pandemia no Brasil e diz que as novas variantes têm transmissão 30% a 50% mais rápida

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Para Bruno Covas, situação da pandemia ainda não é levada a sério por muita gente. (Foto: Divulgação/Butantan)

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, prevê uma piora na pandemia no Brasil e teme situações vividas atualmente em cidades como Manaus, no Amazonas, e Araraquara, no interior de São Paulo, que enfrentam colapso no sistema de saúde, deixem de retratar casos isolados no país.

“Está aí o exemplo de Manaus, Jaú, Araraquara. Podem não ser exemplos isolados. Isso pode ser a nova forma de comportamento, que é rapidamente atingir e levar pessoas aos hospitais e lotar as nossas UTIs”, afirmou o diretor em entrevista na sexta-feira (26).

“Embora a vacinação seja importante, o mais importante agora é controlar a disseminação do vírus e impedir a circulação das variantes, que podem se tornar as dominantes. Se não agirmos rapidamente podemos ser impactados de forma mais negativa do que na primeira onda”, avalia.

Segundo Dimas Covas, uma das justificativas para o aumento de casos e internações no país é a velocidade de contaminação pelas novas variantes.

“As novas variantes têm taxa de transmissão maior – pelo menos 30% a 50% mais rápidas – e ainda temos a possibilidade que elas possam ser mais agressivas. Isso têm explicado por que em janeiro e fevereiro estamos batendo recordes. Na minha visão, isso deve piorar um pouco pois, embora estejamos fazendo a vacinação, a velocidade da epidemia é maior.”

Um ano

O diretor do instituto também criticou a forma como o governo federal enfrenta a pandemia, tanto no respeito às orientações da saúde e ciência, quanto na compra de vacinas. Na sexta-feira (26), completou um ano da confirmação da contaminação de Covid-19 no Brasil. O primeiro caso ocorreu em São Paulo.

“Muita falta de compreensão da necessidade de medidas de restrição de circulação. Houve adesão parcial a essas medidas, diferente de outros países bem-sucedidos. Não foram implementadas políticas efetivas que completassem as medidas, como a vigilância epidemiológica, não houve uma organização eficiente à testagem. Vários fatores explicam.”

Ele voltou a afirmar que existe a possibilidade de o Butantan elevar a capacidade de produção da CoronaVac, vacina feita pela Sinovac em parceria com o Instituto, mas destacou a necessidade de ampliação do número de imunizantes disponíveis no país.

“Estamos cumprindo a nossa parte com o Ministério [da Saúde] e fazendo o esforço para acelerar, mas o Brasil precisa de mais vacinas, de outras vacinas já contratadas e que deveriam ter participação importante, apareçam e venham de fato ser entregues.”

A capacidade de envase do Butantan pode dobrar a partir de abril, de até um milhão de doses por dia para dois milhões por dia. O aumento será possível quando uma fábrica que atualmente está sendo usada para a produção da vacina contra a gripe for destinada para a CoronaVac.

Dimas Covas acredita que uma ampliação mais significativa da cobertura vacinal só será possível a partir de maio. “Teríamos vacinação mais rápida e cobrir acima de 60 anos, que é 40 milhões de pessoas, mais profissionais de saúde, rapidamente. Vamos aguardar um tempo, maio junho ou julho, para fazer cobertura. Aí vamos ter um impacto maior da vacinação. Até lá, vamos tomar medidas de combate à epidemia.”

Risco de colapso

Estados brasileiros vivem situação crítica na Saúde em razão do avanço da pandemia de Covid-19, com alta nos números de casos e de mortes causadas pela doença. Também estão na iminência de colapso, com Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) lotadas ou perto de ficar sem vagas.

Em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e em Rondônia, autoridades alertaram para o colapso nas estruturas de atendimento de saúde. Ao menos 12 estados enfrentam dificuldades.

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