Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 29 de junho de 2020
A pandemia de Covid-19 não está nem perto de terminar, disse o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (29). Tedros observou que, seis meses após a China alertar a OMS pela primeira vez sobre uma nova infecção respiratória, o mundo atingiu os marcos sombrios de 10 milhões de infecções confirmadas e 500 mil mortes.
“A maioria das pessoas permanece suscetível, o vírus ainda tem muito espaço para se movimentar”, disse ele. “Todos nós queremos que isso acabe. Todos queremos continuar com nossas vidas. Mas a dura realidade é que isso não está nem perto de acabar. Embora muitos países tenham feito algum progresso globalmente, a pandemia está na verdade acelerando”, acrescentou.
O chefe do programa de emergências da OMS, Mike Ryan, disse que houve um tremendo progresso no sentido de encontrar uma vacina segura e eficaz para prevenir a infecção, mas alertou que ainda não há garantias de que o esforço será bem-sucedido.
Enquanto isso, os países podem combater a propagação da doença testando, isolando casos confirmados e rastreando os contatos, disse Ryan. Ele destacou Japão, Coreia do Sul e Alemanha por suas “estratégias abrangentes e sustentadas” contra o vírus.
A OMS planeja convocar uma reunião nesta semana para avaliar o progresso das pesquisas no combate à doença, acrescentou.
Resposta à pandemia
Tedros Adhanom Ghebreyesus anunciou nesta segunda-feira (29) – data que precede o aniversário de 6 meses dos primeiros relatos sobre o surgimento de casos de pneumonia aguda que revelariam o novo coronavírus –, que a organização atualizou a resposta à pandemia. Segundo Guebreyesus, cinco novas diretrizes guiarão as decisões e recomendações repassadas a todos os países a partir de agora.
“Há seis meses, nenhum de nós poderia imaginar como o nosso mundo, e nossas vidas, seriam jogadas em tantas incertezas por esse novo vírus. Nesses seis meses, a OMS e nossos parceiros trabalharam incessantemente para ajudar todos os países na resposta a esse novo vírus”, disse.
As diretrizes anunciadas pelo médico são o empoderamento de comunidades, a supressão da transmissão, o salvamento de vidas, a aceleração de pesquisas e a liderança política. Segundo Ghebreyesus, as diretrizes são resultado de trabalho conjunto entre pesquisadores, clínicos e especialistas para “destilar ciência em evolução para gerar conhecimento”.
Durante a apresentação das novas diretrizes, o diretor-geral da OMS citou um medicamento específico, a dexametasona, quando se referiu ao salvamento de vidas. A OMS já havia se manifestado sobre os efeitos da medicação em casos graves da Covid-19. Segundo estudos iniciais, o corticosteroide reduziu em até 30% as mortes em pacientes que desenvolveram o sintoma mais agressivo da covid-19, a síndrome respiratória aguda grave (SRAG). “Prover oxigênio e dexametasona para pessoas com doença severa e em estado crítico salva vidas”, argumentou.
A dexametasona é um medicamento que circula desde a década de 1960, e é prescrita para reduzir a resposta inflamatória do corpo em doenças autoimunes. A droga também é utilizada para tratar certos tipos de câncer, como lúpus. A dexametasona não possui patente ativa, sendo um medicamento de baixo custo e amplamente acessível em diversas localidades. As informações são da agência de notícias Reuters e da Agência Brasil.