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Política Ex-ajudante de ordens Mauro Cid relata que Bolsonaro não queria desmobilizar acampamentos na frente de quartéis: “Não fui eu que chamei, não sou eu que vou mandar embora”

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Segundo Cid, a postura de Bolsonaro era não interferir, nem para apoiar, nem para desmobilizar os acampamentos. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (9) que o ex-presidente não agiu para desmobilizar os acampamentos golpistas montados em frente a quartéis-generais pelo País após as eleições de 2022.

A declaração foi feita durante o interrogatório do STF com os réus acusados de tramar um golpe de Estado. Cid foi o primeiro a depor por ter firmado acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

O advogado de Bolsonaro perguntou se o então presidente teria feito algo para mobilizar os manifestantes. Em seguida, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, acrescentou: “E ele fez algo para manter os acampamentos?”

Segundo Cid, a postura de Bolsonaro era não interferir, nem para apoiar, nem para desmobilizar:

“Não fui eu que chamei, não sou eu que vou mandar embora”, teria dito o ex-presidente nos bastidores, de acordo com o relato do militar.

Na avaliação de investigadores, a omissão de Bolsonaro funcionou como sinal de anuência aos atos que pediam intervenção militar e rejeitavam o resultado das eleições.

A permanência dos acampamentos, inclusive após a diplomação de Lula, foi considerada parte do ambiente que levou aos atos de 8 de janeiro de 2023.

No mesmo depoimento, Cid afirmou que a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os oito denunciados — incluindo Bolsonaro — é verdadeira.

“Presenciei grande parte dos fatos, mas não participei deles”, disse.

Ele confirmou ainda que assinou a delação de forma voluntária, negando ter sofrido qualquer tipo de coação. Reafirmou também a veracidade das informações que prestou à Polícia Federal em depoimentos anteriores.

Minuta do golpe

Cid relatou que Bolsonaro leu e fez alterações na chamada minuta do golpe, um documento que propunha medidas autoritárias para anular o resultado das eleições de 2022.

Segundo ele, o texto era dividido em três partes:

– Considerandos: com supostas interferências do STF e do TSE;

– Fundamentação jurídica: mencionava estado de defesa, estado de sítio e decretação de um novo processo eleitoral;

– Proposta de nova eleição: a ser conduzida por um conselho.

O ex-ajudante de ordens disse ter participado de duas ou três reuniões nas quais o documento foi apresentado a Bolsonaro.

Cid também contou que Bolsonaro pressionou o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, para que o relatório das Forças Armadas sobre a segurança das urnas eletrônicas tivesse tom mais crítico.

De acordo com o militar, o ministro chegou a marcar uma reunião com o TSE para entregar o relatório, mas adiou o compromisso após pressão direta do presidente.

O relatório final, apresentado dias depois, não apontou fraudes — mas também não descartou a possibilidade de falhas, o que, segundo a PGR, foi parte da estratégia para desacreditar o sistema eleitoral.

 

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