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Brasil “O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega vazou informações sobre a taxa Selic para o banqueiro André Esteves”, disse o ex-ministro Antonio Palocci

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Palocci foi acusado pelo Ministério Público de corrupção passiva e 93 delitos de lavagem de dinheiro. (Foto: EBC)

O ex-ministro petista e delator Antônio Palocci (Fazenda/Governo Lula e Casa Civil/Governo Dilma) detalhou em delação premiada suposto esquema de vazamento de informações privilegiadas sobre alterações da taxa básica de juros, a Selic, do BC (Banco Central), envolvendo o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, e o ex-ministro Guido Mantega (Fazenda/Governos Lula e Dilma).

O banco é alvo de busca e apreensões da PF (Polícia Federal) e da Procuradoria da  República no âmbito da Operação Estrela Cadente, etapa da Lava-Jato deflagrada nesta quinta-feira (03).

Palocci foi preso em setembro de 2016, na Operação Omertà, desdobramento da Lava-Jato. Condenado pelo então juiz federal Sérgio Moro a doze anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e acuado por outras  investigações da Lava-Jato, Palocci fechou acordo de delação premiada, inicialmente, com a Polícia Federal no Paraná.

Em novembro de 2018, ele foi solto e deu início a uma longa série de depoimentos. As revelações do ex-ministro petista provocaram a abertura de diversas frentes de investigação. Uma delas culminou na Operação Estrela Cadente.

A Selic é a taxa de juros que influencia todas as demais e ajuda a controlar a inflação. Ela é revista a cada 45 dias pelo Copom (Comitê de Políticas Monetárias), do Banco Central, a partir de indicadores da atividade econômica do País e do cenário externo.

No anexo 9 de sua extensa delação premiada – ao todo, são 84 anexos –, Palocci  afirma que, em agosto de 2011, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega teria  participado de uma reunião com o então presidente do BC, Alexandre Tombini, e a ex-presidente Dilma Rousseff.

Na ocasião, Tombini foi informar a posição do BC em reduzir, pela primeira vez em  dois anos, a taxa Selic de 12.5% para 12%. Foi a primeira vez que ocorreu uma  guinada para baixo nos juros após tendência de alta que vinha ocorrendo desde
2009.

Mantega então teria repassado a informação privilegiada para André Esteves,
comunicando sobre a futura posição do BC em baixar a Selic. O banqueiro, por sua vez, “realizou diversas operações no mercado financeiro,  obtendo lucros muito acima da média dos outros operadores financeiros”, segundo a delação de Palocci.

Os lucros vieram do Fundo Bintang, administrado pelo PTG Pactual, criado em 2010. “Essas operações, contrariando todos os operadores do mercado, apostaram nas oscilações para baixo da taxa básica de juros e renderam mais de 400% de lucro no ano”, disse o ex-ministro delator.

Segundo Palocci, o patrimônio do fundo cresceu de R$ 20 milhões para R$ 38  milhões em menos de três meses. O ex-ministro diz que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abriu investigação para apurar o caso, que foi encerrada sem constatação de irregularidades. “Comentou-se intensamente que André Esteves tinha, finalmente, por intermédio de Guido Mantega, conseguido ‘grampear o Banco Central’”.

Em contrapartida pela informação privilegiada, Palocci afirma que Esteves pagou R$ 9,5 milhões como “doação oficial’ da campanha de Dilma, em 2014, e repassou 10% dos lucros obtidos para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ‘em forma  de vantagens indevidas”.

Estrela Cadente

As relações de Esteves e o vazamento de informações do Copom são alvo da Operação Estrela Cadente, deflagrada nesta quinta-feira pela Polícia  Federal a partir da delação de Palocci.

Os agentes cumpriram mandado de busca e apreensão na sede do BTG Pactual em São Paulo. O foco são vazamentos ocorridos entre 2010 e 2012. A Procuradoria informou que investiga vazamentos de resultados de reunião do Copom ocorridos nos anos de 2010, 2011 e 2012, “inseridos em contexto de obtenção de vantagens ilícitas mútuas entre banqueiro e agentes públicos do alto escalão do governo federal da época”.

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