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Por Redação O Sul | 28 de junho de 2018
O ex-ministro Geddel Vieira Lima foi levado para uma cela isolada no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, por ter desrespeitado um agente penitenciário durante uma revista pessoal, informou a Sesipe (Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal).
Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Distrito Federal, Leandro Allan, Geddel desobedeceu a uma ordem para fazer um procedimento de rotina. Ele não soube dizer qual teria sido a determinação. Em razão do episódio, informou o sindicalista, foi feita uma ocorrência administrativa, e o ex-ministro foi encaminhado imediatamente para uma cela, isolado dos outros nove detentos que dividiam o espaço com ele.
Desde setembro, Geddel está em prisão preventiva, determinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. Ele foi preso depois de a Polícia Federal ter apreendido, na Operação Cui Bono R$ 51 milhões em dinheiro que estavam distribuídos em malas, em um apartamento supostamente utilizado pelo ex-ministro em Salvador. O castigo pode durar até dez dias, mas o tempo em que Geddel ficará na chamada “solitária” dependerá de decisão da Vara de Execuções Penais.
Segundo a subsecretaria, o procedimento de colocar o preso em cela isolada é adotado para todo detento que cometa falta disciplinar em estabelecimento prisional. Na “solitária”, Geddel não terá direito a banho de sol, não poderá receber visitas pelo período que durar o castigo, com exceção de advogados.
Ele também não poderá comprar os alimentos da cantina da Papuda. Só receberá refeições comuns distribuídas nas unidades penitenciárias à todos os presos.
O caso foi registrado na 30ª Delegacia de Polícia, em São Sebastião e será comunicado ao Ministério Público do Distrito Federal e à Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça.
Dono do dinheiro
Um homem que se identifica por Carmerino de Souza requisitou oficialmente à PF a restituição do valor de R$ 51 milhões descobertos no ‘bunker’ apreendido na Lava-Jato. O criminalista Gamil Föppel, advogado do ex-magistrado, recebia ligações diárias de Camerino, que afirmava ser dono dos milhões e reivindicava o dinheiro.
A soma seria parte dos milhões supostamente levados por um sócio a um apartamento que servia como depósito de propina, segundo o proprietário do Grupo Polocal. A afirmação foi registrada na justiça por meio de um ofício enviado ao superintendente da Polícia Federal na Bahia, Daniel Madruga.
Os valores serviriam como fiança para um financiamento junto à Caixa. Pagamentos de clientes da empresa seriam a origem do valor, que foi entregue em 19 malotes de dinheiro em cerca de 10 viagens, realizadas entre outubro e dezembro de 2015, segundo Souza.