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Brasil O ex-presidente Temer se calou na Polícia Federal e será denunciado por corrupção, lavagem de dinheiro e peculato

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Ministério Público liga o grupo do ex-presidente a desvios de até R$ 1,8 bilhão. (Foto: Beto Barata/PR)

O ex-presidente Michel Temer (MDB-SP) silenciou em seu depoimento na Superintendência da PF (Polícia Federal) no Rio, onde está detido desde quinta-feira (21) e onde espera ficar até pelo menos quarta-feira (27) da semana que vem, quando o TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) julgará os pedidos de habeas corpus feitos por sua defesa e também as de seu ex-ministro Wellington Moreira Franco e de seu amigo João Baptista Lima Filho, o coronel Lima.

Seus advogados tentavam evitar que Temer, preso de forma preventiva (sem julgamento e por prazo indeterminado) após mandado expedido pelo juiz Marcelo Bretas, depusesse. A defesa informou que ele não falaria, e na sala em que está detido o emedebista permaneceu.

Quem falou foi Moreira Franco, para negar os crimes a ele imputados pela Operação Lava-Jato. Segundo a procuradora Fabiana Schneider, “ele negou ter pedido de propina, prestou esclarecimentos e deu a sua versão dos fatos. Chegou a reconhecer que Temer disse que Lima cuidava da Argeplan em mais de uma ocasião”.

O Ministério Público liga o grupo de Michel Temer a desvios de até R$ 1,8 bilhão, em uma operação que teve como foco um contrato firmado entre a Eletronuclear e as empresas Argeplan (do coronel Lima), AF Consult e Engevix.

Temer, Moreira Franco e o coronel Lima serão denunciados na semana que vem por corrupção, lavagem de dinheiro e peculato, de acordo com a Procuradoria. O ex-presidente responderá como chefe da suposta organização criminosa.

Temer é o único preso na sede carioca da PF, numa sala com três ambientes, incluindo banheiro privativo — os outros dois estão no BEP (Batalhão Especial Prisional) em Niterói, onde têm como companheiro de cárcere o ex-governador Luiz Fernando Pezão.

O cômodo de Temer, que já funcionou como escritório do corregedor da PF, foi totalmente lacrado para receber o ex-chefe de Estado que virou prisioneiro. As janelas foram cobertas com película negra, de modo que não é possível ver o que se passa dentro do aposento. Elas também foram vedadas com chumbo derretido, para impedir eventual fuga.

Temer recebeu duas visitas: a de seu ex-ministro Carlos Marun, um dos fiéis escudeiros de seu governo, e a do advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que já o defendeu no passado, mas diz ter ido à PF nesta sexta (22) na condição “de amigo, para dar um abraço”.

Segundo Mariz de Oliveira, Temer “está triste e aborrecido, mas tem muita esperança na Justiça”.

Para o criminalista, que, como Temer, foi secretário de Segurança paulista nos anos 1990, é um absurdo que a decisão se baseie “em acusações nas quais ele não foi ouvido”. Seria como os pais aplicaram um castigo antes de perguntarem em casa se o filho fez algo errado, comparou em conversa com jornalistas, na porta da superintendência.

Ele diz que o amigo está sendo “muito bem tratado” pela polícia, mas que “gostaria de sair hoje, gostaria de não ter sido preso”.

Os advogados de Temer e de Moreira Franco não devem recorrer contra a decisão de submeter o pedido de habeas corpus ao plenário do TRF-2. Como a votação tem data marcada, sendo daqui a cinco dias, eles preferiram esperar o resultado antes de qualquer recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

“A decisão é ponderada. Vamos aguardar”, disse o advogado Antônio Pitombo, defensor de Moreira.

Visita barrada

Ex-ministro de Michel Temer e um de seus escudeiros mais fiéis, Carlos Marun foi barrado naquela que seria sua terceira visita ao colega do MDB em menos de 24 horas.

Ele tentou ver o ex-presidente preso na Superintendência da Polícia Federal pela segunda vez nesta sexta, no começo da noite. Já havia passado por ali de manhã, quando encontrou Temer “com semblante de homem que dormiu”, um “abrigo” em vez da roupa social da noite anterior e escrevendo um romance que já teria umas 30 páginas. Desta vez, contudo, a entrada não foi liberada.

Marun disse que recebeu como justificativa o argumento de que o prisioneiro estaria muito cansado. Desconfia, contudo, que o veto seja consequência de reportagens que questionavam sua presença ali.

Apesar de ser advogado e usar tais credenciais para ter acesso a Temer, Marun não trabalha na defesa do emedebista e, a princípio, não teria direito de ver o preso.

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