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Brasil O ex-vice-presidente da empreiteira Engevix revelou uma conta de propinas a Dirceu e Lula na Espanha

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De acordo com o executivo, o próprio lobista sugeriu que os pagamentos fossem feitos a Dirceu. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

O ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada afirmou à Polícia Federal saber de uma suposta conta em Madri, na Espanha, administrada pelo lobista Milton Pascowitch, abastecida por propinas de contratos da Petrobras, supostamente em benefício do ex-presidente Lula e do ex-ministro José Dirceu. Ele ainda afirmou ter feito contratos dissimulados com o fim de pagar supostas vantagens indevidas a Dirceu. O depoimento, de junho, teve o sigilo levantado na última sexta-feira pelo juiz federal Sergio Moro.

Gerson Almada falou nos autos da denúncia do Ministério Público Federal sobre propinas de 2,4 milhões de reais das empreiteiras Engevix e UTC para o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil – Governo Lula). O petista teria recebido os valores durante e depois do julgamento do Mensalão – ação penal em que o petista foi condenado.

A acusação da força-tarefa da Operação Lava-Jato foi ajuizada em 2 de maio e ainda não foi recebida por Moro. Gerson Almada pediu para falar antes de o magistrado decidir se coloca ou não os investigados no banco dos réus. Além do executivo e de Dirceu, são acusados Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro; João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT; e Walmir Pinheiro Santana, ex-executivo da UTC.

Almada confessou que firmou contratos dissimulados com a empresa de comunicação Entrelinhas com o fim de pagar propinas ao ex-ministro José Dirceu. Ele afirma que ‘o objeto dos contratos, anexados aos autos, ‘nunca foi prestado à Engevix e que, mediante o fornecimento das notas fiscais pela Entrelinhas, a empreiteira pagou de 2011 a 2012, o valor de 900 mil reais.
Almada ainda disse que mantinha uma ‘conta corrente’ com o lobista Pascowitch desde 2005 para pagar propinas a agentes públicos, políticos e partidos, dentre os quais, especificamente, José Dirceu.

De acordo com o ex-vice-presidente da Engevix, o próprio lobista sugeriu que os pagamentos fossem feitos a Dirceu. Gérson Almada ainda fez questão de ‘constar’ em seu depoimento que ‘é muito difícil uma empresa estrangeira ingressar no mercado de petróleo brasileiro como fornecedora e por conta disso buscaram pessoas com ligações políticas para facilitar o seu ingresso e que a decisão na época em adquirir o equipamento se deu para reforçar os laços com José Dirceu, objetivando o favorecimento da Engevix nos contratos com a Petrobras’.

Almada afirma que ‘no início de 2014’ Milton Pascovitch teria dito que ‘iria viajar para Paris e dali, para não deixar rastro, viajaria de trem para Madri/Espanha para ‘olhar a conta’ que ele administrava para ‘pessoas do PT’. De acordo com o executivo, ele entendeu que as ‘pessoas’ seriam Lula e Dirceu porque o lobista mantinha contato intenso desde 2008 com o ex-ministro.

Ele afirma não ter provas sobre a conta administrada por Pascowitch em suposto benefício dos petistas, mas entregou documentos às autoridades sobre o suposto pagamento de 10 milhões de dólares para o lobista, nos Estados Unidos, em 2014.

Defesas

“Essa é mais uma peça de ficção que integra o sistema de delações premiadas a “la carte” que vem se tornando uma marca da Operação Lava- Jato. Para obter benefícios, réus confessos precisam se referir a pessoas pré-estabelecidas pelos integrantes da operação, em especial, o ex-Presidente Lula. Lula jamais recebeu qualquer valor indevido da Engevix ou de qualquer outra empresa e empresário. O próprio depoente reconheceu que não tem qualquer prova contra o ex-Presidente, deixando evidente que a referência ao seu nome foi artificialmente construída para que a sua delação fosse aceita é mantida”, disse o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula.

A defesa de Dirceu afirmou que não teve acesso ao depoimento, mas, se for verdade, a colaboração de Milton Pascowitch deve ser revista. A defesa de Pascowitch disse: “Nenhum sentido . Em seu próprio depoimento, Almada afirma não ter prova do que diz.”

 

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