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Por Redação O Sul | 30 de junho de 2019
Neste sábado e domingo, diversas cidades em todo o mundo foram palco de novas paradas e outros eventos alusivos ao moviento de Orgulho LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersex), que tem em junho o seu mês oficial. Tendo como foco principal a defesa de direitos e a luta contra a discriminação, as iniciativas já haviam abrangido outros atos ao longo dos últimos fins-de-semana.
Este último teve um significado especial, por celebrar também os 50 anos da chamada “Revolta de Stonewall”, quando homossexuais reagiram à repressão policial em um bar de Nova York (Estados Unidos). A cidade, aliás, teve diversas ruas tomadas neste domingo por cerca de 4 milhões de pessoas, para uma grande e já tradicional marcha, com a participação de autoridades.
Horas antes, milhares de pessoas participaram de uma manifestação alternativa que percorreu o mesmo caminho feito pelos manifestantes da passeata do orgulho gay de 1970, a primeira depois do incidente. O alvo, nesse caso, foi a “comercialização” do movimento e a postura do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Justiça ou grandes empresas? Essa é a escolha que devemos fazer neste domingo”, disse à imprensa o ativista LGBTI Bill Bobs, um dos organizadores do protesto paralelo.
França
Em Paris (França), dezenas de milhares de pessoas participaram no sábado da “Gay Pride”, que terminou na Praça da República. O desfile teve como objetivo defender a abertura da reprodução medicamente assistida, a chamada “PMA”, para todas as mulheres, incluindo solteiras e lésbicas.
“Tire sua igreja do meu sexo”, “Tirem nossos sexos de seus estados civis”, “Nossos filhos estão bem”, “Filiação, PMA: Estamos Fartos de Leis Mínimas”: o tom deste ano foi dado pelos cartazes, em um desfile em ritmo acelerado no sexto dia da onda de calor que invadiu a França, com temperaturas que chegaram a ultrapassar 40°C esta semana.
A luta pela reprodução medicamente assistida foi escolhida este ano como tema da Marcha do Orgulho pela associação organizadora, a Inter-LGBT: trata-se de manter a pressão sobre o governo francês, enquanto a PMA aberta a todas as mulheres [hoje, ela vale apenas para mulheres casadas heterossexuais] deve ser incluída no projeto de lei de bioética apresentado em julho, antes de ser examinada pelo Parlamento em outubro.
No Boulevard de Montparnasse, a multidão multicolorida cozinhava no asfalto. Por mais de três horas, o desfile, alegre e combativo, se estendeu até a Praça da República, no coração da capital francesa. A Inter-LGBT esperava até 500.000 pessoas. A onda de calor não parece ter desencorajado muitas delas.
Turquia
A comunidade gay e transgênero da Turquia se uniu para uma pequena manifestação que terminou com bombas de gás e balas de borracha. Pelo quinto ano consecutivo, a marcha anual foi banida. Nos anos anteriores, milhares de pessoas iam à demonstração, mesmo proibida. Houve um acordo com a polícia para que os organizadores lessem um manifesto e depois dispersassem.
Parte dos manifestantes, no entanto, não concordou com a proibição e permaneceu no local após a leitura do manifesto. A polícia, então, resolveu debandar a aglomeração de pessoas.