Por Redação O Sul | 25 de abril de 2019
O projeto de revitalização do Cais Mauá, em Porto Alegre, foi tema de uma reunião entre o governador Eduardo Leite e uma comitiva do governo federal no Palácio Piratini. Após detalhar a situação, o chefe do Executivo gaúcho solicitou ajuda para decidir a melhor solução no que se refere à exploração da área localizada entre os armazéns do Guaíba e a Usina do Gasômetro.
Dentro de sua linha de defesa do Rio Grande do Sul como um Estado viável e atrativo para investimentos internos e externos, ele definiu a iniciativa como estratégica para constituir “um ambiente inspirador e atrativo, em prol do desenvolvimento”. A área abrangida possui 19 mil metros quadrados.
Liderado pelo titular da Secretaria Nacional de Portos, Diogo Piloni e Silva, e pelo diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Mário Povia, o grupo também discutiu outras pautas de interesse mútuo. Dentre elas estão parcerias no Porto do Rio Grande e no segmento de hidrovias.
“É um privilégio ver o Estado olhando para frente, pensando grande”, afirmou o dirigente do órgão regulador federal. “Estamos muito otimistas em realizarmos juntos grandes feitos no Rio Grande do Sul.”
Nas últimas semanas, Eduardo Leite já havia conversando sobre o projeto com o o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, com o grupo de trabalho encarregado de analisar o andamento das obras e com representantes do consórcio vencedor do edital. A contrato, válido por 25 anos, foi assinado em 2010 mas até hoje praticamente não saiu do papel, devido a problemas da concessionária.
Apesar de o terreno pertencer ao governo do Estado, o empreendimento a ser instalado está localizado em uma área portuária. Com isso, a União – por meio da Secretaria Nacional de Portos e da Antaq – também regula as possíveis utilizações do espaço.
“Cais Embarcadero”
Com inauguração prevista para outubro, o empreendimento “Cais Embarcadero” foi apresentado oficialmente em um evento na noite da última segunda-feira. Com um investimento de R$ 6 milhões, o projeto prevê mais uma ampla área de lazer, esporte, cultura e gastronomia na orla do Guaíba.
Dentre as empresas e parceiros já anunciados para o empreendimento, estão Amiche, Bah, 20barra9, Cru, Ôxiss, Just Cold, Oak Berry, Coca Cola, Heineken, ARQ, Arquitetura Inn, Ades, Jerson Branco Advogados e Studiobah.
Impasse
Durante a reunião que teve no dia 15 com uma equipe liderada pelo presidente do consórcio, Eduardo Luzardo, o governador gaúcho recebeu uma proposta a repactuação do contrato, “de modo favorável para todas as partes envolvidas”. Também houve um pedido de autorização para prosseguimento às obras do chamado “Marco Zero” – empreendimento que prevê restaurantes, área de lazer, estacionamento e outros espaços de uso público.
Menos de uma semana antes desse encontro, um relatório entregue pelo grupo de trabalho que analisa o caso foi enviado pelo Palácio Piratini à PGE (Procuradoria-Geral do Estado), que segue estudando juridicamente a situação, a fim de proporcionar segurança jurídica à futura decisão do Executivo estadual sobre o assunto – informações extraoficiais sugerem que o governador chegou a ser aconselhado a suspender o contrato.
(Marcello Campos)
