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Economia O governo chinês entrará com medidas pesadas para estimular a economia do país e elas ajudarão também a economia brasileira

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Enquanto os mercados globais despencam diante do avanço do coronavírus, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros se mantém calmo. (Foto: Reprodução)

Enquanto os mercados globais despencam diante do avanço do coronavírus, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros se mantém calmo. Com base em crises anteriores, afirma que o governo chinês entrará com medidas pesadas para estimular a economia e que elas ajudarão também a economia brasileira. Para o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o pânico no mercado reflete um momento de incerteza, mas deve passar em algumas semanas.

A situação está se normalizando na China. Vai ter uma desaceleração no Brasil, mas, no terceiro e no quarto trimestres, o PIB brasileiro vai receber um impacto (positivo decorrente dos estímulos chineses).” A seguir, os principais trechos da entrevista que o economista deu ao jornal O Estado de S. Paulo.

1) A semana que passou foi turbulenta internacionalmente, com o coronavírus, e internamente, com o presidente Jair Bolsonaro divulgando um protesto contra o Congresso. Como esse cenário afeta a economia? “Temos de separar as coisas. Primeiro, o vírus. É um caso de “cisne negro”, uma crise que acontece por um fato que ninguém imaginava e que pega todos desprevenidos. Um cisne negro é um evento de difícil mensuração, porque não existe uma base de dados, há apenas coisas semelhantes. Lembro de três cisnes negros recentes. A Sars, aquele vírus da gripe na China (em 2002), a tragédia na usina nuclear japonesa de Fukushima (em 2011) e a crise do mercado imobiliário americano (em 2008), que também foi algo que nunca havia acontecido daquela forma. E, agora, o coronavírus. No caso da Sars, sabemos que houve um medo grande e depois desapareceu, sem nenhuma consequência maior de fundamentos”, diz o economista.

2) Teve impacto no PIB chinês. “Teve impactos econômicos de curto prazo, mas nada mudou depois. Se você olhar, por exemplo, Fukushima. A Bolsa de Nova York caiu, em dois meses, 20%. Depois voltou. É nesses momentos que o especulador aparece. Mas saiu uma notícia que a rede Starbucks já está com 85% das lojas funcionando normalmente na China. Essa crise vai passar. Vai demorar mais umas semanas e vai ter efeito sobre a economia chinesa, principalmente. Mas a situação está se normalizando na China. A estimativa que se fala lá é que o PIB recue, no máximo, um ponto porcentual. Em vez de 6%, vai ser 5% por causa dessa paralisia, não porque a economia depois não volta a funcionar. Em 2010, quando a crise americana chegou à China, o PIB teve uma queda brutal. Mas, aí, o governo chinês adotou uma reação fortíssima de estímulo à economia. É o que vai ocorrer agora. No Brasil, o PIB caiu em 2010, junto com a China, e depois, com o estímulo chinês, voltou. Outra coisa que já está nos jornais americanos: eles estão esperando que o Federal Reserve (o Fed, o banco central americano) reduza os juros três vezes neste ano, porque também nos EUA essa confusão paralisou um pouco a economia.”

3) A redução do PIB chinês em um ponto não desacelera o Brasil também? “Se seguir o padrão de 2010, isto é, um estímulo forte do governo chinês, isso repercute no Brasil, porque aumenta a demanda de tudo. Então, temos uma perda de velocidade agora, mas, quando o estímulo vier, ele chega aqui também.”

4) Essa recuperação viria em 2021? “Ainda em 2020, (o Brasil) já recebe o impacto. O governo chinês só vai esperar ter uma visão mais clara de que a economia voltou a funcionar (para estimulá-la mais).”

5) Mas o sr. espera que o PIB brasileiro cresça menos em 2020 por causa do vírus? “Vai ter uma desaceleração. Tanto que estava todo mundo falando de 2,5% e, hoje, o número realista é 2%. O próprio governo está revendo o crescimento. Agora, se eu estiver certo, já no terceiro e no quarto trimestres o PIB brasileiro vai receber um impacto (positivo). Se é verdade que o Fed vai reduzir os juros três vezes neste ano, isso também resolve outro problema brasileiro, que é o juro muito baixo e, por isso, o dólar se valorizando.”

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