Segunda-feira, 13 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 5 de julho de 2019
O governo federal está buscando parceiros privados não apenas para a retomada e conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3, mas também para retomar a extração do minério de urânio, que está paralisada há alguns anos. A informação foi dada nesta sexta-feira (5) pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, após participar de palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro. As informações são do jornal O Globo e da Agência Brasil.
Segundo o ministro, a extração do urânio, matéria-prima para o combustível das usinas, está interrompida há cerca de cinco anos nas minas de Caitité, na Bahia, e Santa Quitéria, no Ceará, e sua retomada está sendo estudada.
“Estamos considerando inclusive a participação do setor privado nessa retomada. Eu acredito que nos próximos meses deveremos apresentar já os resultados eficazes dessas medidas”, destacou o ministro.
Sobre a fabricação do combustível nuclear para as usinas, segundo o ministro, a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) perdeu sua capacidade de investimentos por ser uma empresa dependente de recursos do governo e, em função dos problemas das contas públicas, não é possível fazer aportes. A INB precisa de recursos para a fabricação do combustível para as usinas de Angra 1 e Angra 2.
“Estamos com um trabalho também bastante avançado para resolver essa questão e tornar a INB uma empresa autossustentável e que possa efetivamente realizar aquilo que está em seu planejamento estratégico”, destacou o ministro.
Segundo ele, no caso da INB, é preciso encontrar uma solução para a empresa, uma vez que sua atividade é monopólio da União e, portanto, não poderá contar com eventual participação do setor privado. Já na mineração do urânio é possível a participação privada desde que em parceria com a INB.
O ministro afirmou que até o fim deste mês será concluído o modelo de parceria para a retomada das obras de Angra 3, que contará com a participação da iniciativa privada de forma minoritária. Segundo ele, em dezembro será apresentado o Plano Decenal de Energia para o horizonte de 2030. Ele disse ainda não saber se será mantida a projeção de construir mais quatro usinas nucleares de mil megawatts (MW) de capacidade cada uma, que consta no plano atual.
“Acredito que o modelo que estamos em fase final de elaboração para a conclusão de Angra 3 será muito importante para, independentemente daquilo que o plano nacional de energia apontar, dar viabilidade de novas usinas nucleares para o país nos próximos anos”, disse o ministro.
Após a definição do modelo, o Ministério de Minas Energia prevê que o edital para encontrar um parceiro para Angra 3 será publicado até o fim do ano, de modo que a assinatura do contrato e a retomada das obras possa se dar no segundo semestre de 2020. Angra 3 deve começar a gerar energia em caráter de teste em 2025 e, em janeiro de 2026, começará sua operação comercial, quando de fato fornecerá energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional.