Sábado, 18 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 21 de fevereiro de 2019
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta quinta-feira (21) que o governo “observa” e “acompanha” a situação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, mas não pretende demiti-lo no momento.
Lorenzoni deu a declaração a uma rádio de Porto Alegre quando foi perguntado se o presidente Jair Bolsonaro exonerará Álvaro Antônio, suspeito de envolvimento em candidaturas de laranjas do PSL em Minas Gerais. O Ministério Público apura o caso. O ministro nega envolvimento em irregularidades. “Claro que o governo observa, acompanha, mas não tem nada nesse sentido [de exonerar o ministro], nesse momento, não”, afirmou Lorenzoni.
Segundo o chefe da Casa Civil, comentários sobre uma eventual demissão do ministro do Turismo não passam de “boataria”. Lorenzoni declarou que é preciso dar tempo para que as investigações aconteçam, o que é observado pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Tem que se dar o tempo também para que os esclarecimentos todos venham a público, aconteçam, aí claro, se houver alguma coisa de gravidade, de responsabilidade direta do ministro, o presidente vai analisar e tomar a decisão”, declarou Lorenzoni.
A ex-candidata a deputada estadual em Minas Gerais Cleuzenir Barbosa declarou que assessores do ministro pediram a ela que transferisse dinheiro público de campanha para empresas. Clauzenir Barbosa declarou que recebeu verbas de campanha do ministro, que era presidente do PSL em Minas Gerais e disputava uma vaga de deputado federal. Ela afirmou ainda que o ministro do Turismo sabia do esquema para lavar dinheiro.
Em nota, Marcelo Álvaro Antônio afirmou que jamais orientou qualquer assessor a praticar ato ilícito e que, ao tomar conhecimento da denúncia, determinou que fosse apurada. O ministro declarou ainda que Cleuzenir foi chamada a prestar esclarecimentos e nunca apresentou qualquer indício que atestasse a veracidade das acusações.
Demissão de Bebianno
Lorenzoni também foi questionado se a permanência de Álvaro Antônio no cargo prejudica o governo, já que o caso das candidaturas laranjas contribuíram para a demissão do agora ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno.
Bebianno presidiu o PSL durante a campanha eleitoral, na qual existe a suspeita de que o partido tenha usado candidaturas de laranjas para desviar recursos de financiamento de campanha. O ex-ministro nega envolvimento em irregularidades e diz que coube aos diretórios locais distribuir o dinheiro para os candidatos.
Lorenzoni argumentou que a “ruptura” na relação de amizade entre Bolsonaro e Bebianno resultou na saída do ministro. Segundo ele, o caso dos laranjas do PSL pode ter influenciado, porém não foi determinante para a exoneração.
“O problema do ministro que foi afastado foi muito mais uma ruptura em uma amizade de muitos anos por uma série de, como disse o presidente Bolsonaro, uma série de incompreensões e de mal-entendidos, e foi isso que acarretou a saída do ministro Gustavo Bebianno”, explicou.