Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
19°
Thunderstorm

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Política O Irã pede explicação ao Brasil sobre o apoio do nosso País ao ataque dos Estados Unidos

Compartilhe esta notícia:

Chancelaria do país cobrou esclarecimentos sobre a nota divulgada pelo Itamaraty. (Foto: Reprodução)

A chancelaria do Irã pediu explicações à diplomacia brasileira, no domingo, sobre o posicionamento do Brasil frente aos acontecimentos, no Iraque, que culminaram com a morte do general Qassem Soleimani, comandante da Guarda Revolucionária do Irã. Soleimani foi atingido por um míssil americano.

Como o embaixador do Brasil naquele país, Rodrigo Azeredo, está de férias, a encarregada de negócios da embaixada, Maria Cristina Lopes, representou o governo brasileiro. A reunião foi confirmada pelo Itamaraty ao Jornal O Globo, mas o teor da conversa não foi revelado.

“A conversa, cujo teor é reservado e não será comentado pelo Itamaraty, transcorreu com cordialidade, dentro da usual prática diplomática”, informou o Ministério das Relações Exteriores.

Como reação ao episódio, o Itamaraty divulgou uma nota, na última sexta-feira, praticamente respaldando o assassinato do militar pelos Estados Unidos. O órgão condenou várias vezes o terrorismo e, sem citar nomes, usou uma linguagem diplomática para demonstrar que, para o governo brasileiro, o general iraniano e a própria Guarda Revolucionária poderiam ser classificados como terroristas.

“Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA nos últimos dias no Iraque, o governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo”, diz um trecho do comunicado, intitulado “Acontecimentos no Iraque e luta contra o terrorismo.

Na nota, o governo afirma que “o Brasil está igualmente pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento”. Destaca, ainda, que o terrorismo não pode ser considerado um problema restrito ao Oriente Médio e aos países desenvolvidos, “e o Brasil não pode permanecer indiferente a essa ameaça, que afeta inclusive a América do Sul”.

Além do Brasil, Teerã pediu esclarecimentos para representantes de outros países que se manifestaram sobre a questão. São exemplos a Alemanha e a Suíça, que representa os EUA no Irã.

Ruptura da posição de neutralidade

A postura do governo Bolsonaro, de se posicionar num conflito que não diz respeito diretamente ao Brasil, destoa da tradição diplomática histórica do país, segundo diplomatas e especialistas.

No dia 3 de janeiro, quando mísseis americanos atingiram o comboio do general iraniano, que tinha acabado de desembarcar no Iraque, o Itamaraty divulgou uma nota que associava as atividades de Soleimani ao terrorismo.

“Ao tomar conhecimento das ações conduzidas pelos EUA nos últimos dias no Iraque, o governo brasileiro manifesta seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo e reitera que essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo”, dizia o texto.

Fontes diplomáticas brasileiras que já ocuparam postos no Oriente Médio disseram à BBC News Brasil que a nota reforça a tendência do atual governo de promover um alinhamento automático, ou seja, incondicional, com os Estados Unidos.

“Essa primeira frase da nota por si só já constitui uma formulação que nos compromete de forma claríssima com uma ação unilateral e que não tem amparo nenhum no Direito Internacional”, disse à BBC News Brasil um diplomata com mais de dez anos de carreira, que não quis ser identificado na reportagem por temer retaliações.

Ao defender que o assassinato do general foi legal, Trump argumentou que Soleimani foi responsável por ataques contra forças apoiadas pelos americanos no Iraque. Além disso, os Estados Unidos classificam as Forças Quds — que operam as intervenções militares e de inteligência do Irã no exterior e que eram lideradas por Soleimani — como uma organização terrorista.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

México, Argentina e Uruguai, que apoiam o governo de Nicolás Maduro, criticaram a proibição da entrada da oposição no parlamento da Venezuela
Bolsonaro sanciona Medida Provisória que transferiu Coaf para Banco Central
https://www.osul.com.br/o-ira-pede-explicacao-ao-brasil-sobre-o-apoio-do-nosso-pais-ao-ataque-dos-estados-unidos/ O Irã pede explicação ao Brasil sobre o apoio do nosso País ao ataque dos Estados Unidos 2020-01-07
Deixe seu comentário
Pode te interessar