Por Redação O Sul | 29 de maio de 2016
Durante conferência jurídica em João Pessoa (PB), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela investigação da Operação Lava-Jato, afirmou que só a prisão de investigados não basta para combater a corrupção no Brasil.
Conforme o magistrado, também é necessária a recuperação do dinheiro desviado pelos criminosos, por meio de acordos de delação premiada e tratados de cooperação internacional, principalmente com a Suíça.
“Isso é fundamental para repatriar recursos oriundos de ilícitos e que estão em contas secretas no exterior”, frisou.
Moro citou o caso de Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras que mantinha cerca de 100 milhões de dólares depositados fora do País e, após assinar acordo de delação premiada, devolveu a quantia e forneceu detalhes sobre o esquema de corrupção na estatal.
“A pena privativa de liberdade, por si só, não é suficiente”, reiterou. “É preciso fazer com que o crime também não compense do ponto-de-vista financeiro.”
Repatriação
De acordo com informações de órgãos como a PGR (Procuradoria-Geral da República), os acordos e tratados de colaboração e cooperação internacional no âmbito da Lava-Jato permitiram, até agora, que um total de quase 3 bilhões de reais retornassem aos cofres públicos brasileiros. (ABr)
