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Brasil O médium João de Deus culpa os espíritos e se contradiz em depoimento à polícia

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A defesa do médium João de Deus entrou com um pedido de liberdade no STF. (Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em depoimento à polícia, no dia 16 de dezembro, João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, afirmou que não entrega receitas aos fiéis que vão à Casa de Dom Inácio de Loyola. Na realidade, ao passarem pela fila de atendimento, os fiéis recebem das mãos do próprio João papéis com rubricas feitas pelo médium, que devem ser entregues na farmácia da Casa na hora de comprar os remédios. No depoimento, João também responsabilizou “Deus” e “o espírito” pelos procedimentos feitos na casa.

Em julho deste ano, a reportagem do jornal O Globo esteve no “hospital espiritual” de João. Ele entregou um papel com sua rubrica à repórter. Voluntários explicaram que o papel deveria ser entregue na farmácia para comprar remédios. Foram cobrados R$ 100 por duas caixas de passiflora com 80 cápsulas cada uma. Segundo a orientação impressa na embalagem, o paciente deveria tomar o remédio duas vezes ao dia. No depoimento, João afirmou que não havia entrega de receitas escritas e que o preço seria de R$ 50 por uma embalagem com 10 comprimidos.

Ainda no depoimento, João afirma que não tem responsabilidade pelo que faz nos atendimentos espirituais. Ele diz que “as orientações são repassadas pelo espírito”. Questionado se faz tratamento com cirurgias incisivas, ele nega e diz que “Deus que faz”. As notas taquigráficas do depoimento mostram a explicação dada pelo médium:

“No atendimento não é repassada receita, as orientações são repassadas pelo espírito, ou seja, não é de maneira escrita. Esclarece que apenas atende e orienta. Informa ainda que alguns frequentadores já adquirem os produtos, mesmo sem o encaminhamento do espírito, pois são frequentadores do local há muitos anos e acreditam na eficiência do produto”.

João negou, também, ter chamado “qualquer pessoa para se submeter a um atendimento individualizado”. Segundo seu depoimento, “são as pessoas que o procuram em busca de um atendimento individualizado, vez que são os frequentadores quem solicitam tal atendimento e não o interrogado”. As vítimas, por sua vez, contam terem sido orientadas pelo próprio médium, durante a sessão coletiva, a encontrarem com ele após o atendimento geral para uma reunião.

Habeas corpus

A defesa do médium João de Deus entrou com um pedido de liberdade no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele está preso preventivamente desde o último domingo (16), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Ele é suspeito da prática de abuso sexual.

O habeas corpus foi sorteado para relatoria do ministro Gilmar Mendes, mas devido ao recesso do Judiciário, iniciado às 15h de quarta-feira (19), o processo foi encaminhado para o gabinete do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, responsável pelo plantão.

Ainda na quarta, o ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça, negou seguimento a um habeas corpus impetrado pelo advogado Alberto Toron, que representa o médium. O magistrado negou seguimento ao HC, argumentando supressão de instâncias, uma vez que um pedido de liberdade ainda está pendente de julgamento na primeira instância.

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