Brasil O Ministério Público Federal investiga a entrega de máscaras KN95 pelo governo federal
Por Redação O Sul | 6 de março de 2021
O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito civil para apurar a entrega de máscaras KN95 contra a covid-19 pelo Ministério da Saúde. A compra de 40 milhões de unidades foi feita em abril de 2020, na gestão de Luiz Henrique Mandetta (DEM), por cerca de R$ 345 milhões.
O Ministério da Saúde já foi questionado pelo procurador sobre a eficácia das máscaras. A dúvida era se o equipamento de proteção do tipo KN95, fabricado na China, é apropriado para evitar a contaminação. Também se a máscara entregue pela pasta aos Estados é ou não de uso médico.
Em resposta, a área técnica da Saúde disse que a máscara tem eficácia tão alta como de outros modelos e são adequadas aos profissionais que não realizam procedimentos cirúrgicos. “A empresa fornecedora afirma que esses equipamentos têm eficiência de filtragem e eficácia geral tão altas quanto à N95 e à FFP2, quando testadas em aerossóis que não são à base de óleo, o que as torna adequadas aos profissionais que não estão realizando procedimentos cirúrgicos, em que há uma probabilidade de exposição a correntes de alta pressão de líquidos”.
A Saúde também informou que estes esclarecimentos “têm sido disponibilizados aos profissionais de saúde, juntamente com os lotes de máscaras distribuídos, aos quais está sendo anexada carta do fornecedor com essa orientação”. O Ministério da Saúde não se manifestou sobre o caso. A pasta ainda não foi notificada sobre a investigação.
Máscaras
As máscaras deixaram de ser acessórios que antes causavam estranheza nas ruas ou eram apenas destinados a profissionais da saúde ou da construção civil e passaram a ser item essencial para proteger toda a população e reduzir a propagação do vírus.
Apesar do início da vacinação no Brasil, ainda não há previsão de quando a população toda será imunizada e o uso da máscara continuará sendo importante por muito tempo — além de outros cuidados, como lavar as mãos e evitar aglomerações. Para ser eficiente, a máscara deve ficar bem ajustada no rosto e cobrir o nariz e a boca.
A oferta de modelos é imensa e precisamos estar atentos: nem tudo que é bonito é efetivamente seguro, pois, às vezes, algumas máscaras podem não proteger como deveriam. Um exemplo é a feita de tricô ou crochê, que tem tramas muito abertas e pode não “segurar” gotículas de saliva e secreções que carregam o vírus.
No entanto, há outras opções no mercado que são altamente recomendadas, como os modelos N95 (certificação americana) e PFF2 (padrão brasileiro). Segundo estudos, ambas as máscaras conseguem filtrar de maneira eficaz as partículas do vírus que, normalmente, se espalham pelo ar, quando há tosses ou espirros, no caso. Se colocadas corretamente – só não vale deixar no queixo ou o nariz para fora -, elas conseguem proteger as vias aéreas.
No Brasil, há outro modelo comercializado, que pode confundir os consumidores, o KN95, fabricado na China. A Anvisa publicou uma lista ano passado com diversos modelos de máscara KN95 que não tinham a eficiência mínima de 95% de filtragem de partículas, como as máscaras PFF2/N95. Por não cumprir esse requisito, o modelo KN95 não é recomendado para uso por profissionais da saúde. Porém, para a população geral, que tem como recomendação usar máscaras caseiras de pano, a KN95 pode ser uma opção.
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