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Por Redação O Sul | 16 de julho de 2019
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, informou nesta terça-feira (16) que vai a Fernando de Noronha (PE) na quinta-feira (18) vistoriar os serviços prestados pela concessionária EcoNoronha, que administra as visitas no parque marinho da ilha.
O anúncio da visita ocorreu dias depois de o presidente Jair Bolsonaro criticar as taxas cobradas dos turistas para visitar Fernando de Noronha. De acordo com o ministro, o governo tem recebido reclamações sobre os serviços prestados na ilha.
“A cobrança não é feita pelo governo federal. A cobrança é feita pela concessionária em razão de estabelecimento de parâmetros desde a época da concessão. É isso que nós vamos verificar lá”, afirmou Salles no Palácio do Planalto.
O ministro fará a vistoria acompanhado do presidente do Instituto Chico Mendes, Homero de Giorge Cerqueira, e representantes da EcoNoronha. Salles disse ainda que convidará o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).
A cobrança da taxa federal é feita pela EcoNoronha desde 2012. Depois de ganhar a licitação, a empresa investiu R$ 15 milhões no Parque Marinho. Construiu, por exemplo, rampas de acesso às praias, além de três pontos de formação e controle, e passou a cobrar a entrada.
Em 2018, a EcoNoronha arrecadou R$ 9,6 milhões. O Instituto Chico Mendes, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, que administra os parques nacionais, diz que 70% do valor do ingresso vão para melhorias no parque, como projetos de reforma e manutenção de trilhas.
Atualmente, o turista paga duas taxas para entrar na ilha. O governo de Pernambuco cobra R$ 73 por dia de permanência. Já o governo federal cobra, por meio de uma concessionária, desde 2012, para entrar nas praias do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha – a taxa é de R$ 106 para brasileiros e de R$ 212 para estrangeiros.
Questionado sobre a possibilidade de reduzir o preço da taxa, o ministro disse: “Vamos ver”.
A EcoNoronha também faz a gestão da visitação turística em outros parques, como o das cataratas em Foz do Iguaçu. A entrada para um dia custa R$ 41 para brasileiros, R$ 55 para turistas do Mercosul e R$ 70 para turistas de outros países.
A cobrança de taxas não é exclusividade do Brasil. Nos Estados Unidos, existe taxa de entrada para dois terços dos parques nacionais. No Grand Canyon, no estado do Arizona, por exemplo, o turista paga US$ 20, cerca de R$ 80, se entrar a pé, e US$ 35 se for de carro, cerca de R$ 140.
Governador
Nesta segunda-feira (15), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, do PSB, falou sobre a declaração de Bolsonaro.
“Ele fez um comentário em cima da taxa federal que ele administra. Se ele acha inadequada, cabe ao presidente da República tomar as providências”, disse.