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Brasil O ministro gaúcho que provoca ciúmes dentro do Palácio do Planalto

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Um dos conselheiros mais próximos do presidente, Eliseu Padilha (D) cuida de assuntos que vão da comunicação do governo à reforma da Previdência. (Foto: Reprodução)

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, é hoje um dos conselheiros mais próximos do presidente Michel Temer. Metódico e conhecido por fazer planilhas com resultados precisos sobre votações no Congresso, o gaúcho de Canela, ex-engraxate, que já foi prefeito de Tramandaí (de 1989 a 1992), foi decisivo na articulação que resultou no impeachment da presidenta Dilma Rousseff e virou uma espécie de fiador político das promessas de reformas.

Aos 70 anos, Padilha trata de temas tão diversos que sua atuação desperta ciúmes no Palácio do Planalto, chamado nos bastidores de “serpentário”, por causa das costumeiras disputas por espaço. Estão sob sua alçada assuntos que vão dos problemas de comunicação do governo à reforma da Previdência; da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) sobre limite de gastos públicos à reativação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, além da lei das agências reguladoras e o novo estatuto dos fundos de pensão.

Com a missão de fazer o governo mostrar resultados rápidos, para dissipar o “Fora, Temer”, Padilha tem audiências de meia em meia hora em seu gabinete no Planalto e recebe mais de cem ligações por dia. A única pausa que faz, por volta de 18h30min, é para conversar com a filha caçula, Elena, de 1 ano e 9 meses, pelo FaceTime de seu tablet. Não é raro ele disparar mensagens a deputados pelo WhatsApp às 2 horas da madrugada.

Comunicação.

Diante de muitas trombadas, o secretário executivo do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), Moreira Franco, quer um porta-voz para alinhar a comunicação da equipe. Amigos de Padilha avaliam que, por trás dessa iniciativa, existe a intenção de esvaziar parte do poder da Casa Civil, pasta à qual a Secom (Secretaria de Comunicação Social) é subordinada.

Amigo de Temer e também fortalecido, Franco diverge de Padilha sobre a estratégia para conter os deslizes verbais no primeiro escalão. No diagnóstico do secretário, a Casa Civil deve atuar mais para dentro. Na prática, porém, foi o incômodo de todos com a baixa aprovação do governo que acabou escancarando a guerra no Planalto.

Na última semana, em meio a sua rotina atribulada, a pressão de Padilha foi às alturas. Internado com labirintite, ele conseguiu voltar para casa, em Porto Alegre. Passou os últimos dias de “molho”, por ordem médica.

A tensão maior, no entanto, ocorreu no dia 8, quando o ministro discutiu com o então chefe da Advocacia-Geral da União, Fábio Medina Osório, que havia indicado para o cargo. “Ou você se demite ou está fora”, disse-lhe Padilha. Osório havia pedido acesso aos inquéritos da Lava-Jato que envolviam políticos e atribuiu sua demissão a uma tentativa de abafar as investigações, hipótese rechaçada pelo Planalto. “Um governo com superministro acaba mal”, afirmou Osório.

Ministro da Aviação Civil no governo Dilma, Padilha chegou a ser convidado pela então presidenta, em abril do ano passado, para comandar a Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política com o Congresso. Naquele momento, a crise já assumia proporções assustadoras. Não aceitou o cargo, mas se “mudou” para o Planalto e ajudou Temer na missão. Foi assim que Dilma tirou do papel importantes medidas do ajuste fiscal, mas, a partir daí, identificou uma “conspiração” para derrubá-la. (AE)

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https://www.osul.com.br/o-ministro-gaucho-que-provoca-ciumes-dentro-do-palacio-do-planalto/ O ministro gaúcho que provoca ciúmes dentro do Palácio do Planalto 2016-09-25
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