Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 10 de março de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A mistura do noticiário político com o policial não é fato recente.
A 10 de março de 1956, a Polícia de São Paulo anunciava a mobilização de uma força-tarefa para prender o ex-governador Adhemar de Barros, que tinha fugido para o Paraguai na semana anteriores.
Em Assunção, andava tranquilamente pelas ruas e dava entrevistas a repórteres, como publicaram o jornal Folha da Manhã, de São Paulo, e a revista Manchete.
Ele tinha sido acusado e condenado à pena de dois anos de reclusão e suspensão de seus direitos políticos por cinco anos. Motivo: corrupção nos casos dos Chevrolet e dos caminhões da Força Pública, apresentados como estelionato.
O autor da ação foi o governador paulista Jânio Quadros, que havia derrotado Adhemar pela diferença de 0,9 por cento na eleição de 3 de outubro de 1954.
A acusação se baseava em denúncias de irregularidades na compra de veículos da marca Chevrolet para o Estado.
A 9 de maio de 1956, o Supremo Tribunal Federal concedeu habeas-corpus por falta de provas.
Livre, Adhemar retornou ao Brasil e em 1957 foi eleito prefeito da cidade de São Paulo. Exerceu o mandato até 1961.
Entrou no folclore pela frase usada por parte da população que o definia: rouba, mas faz.
Em setembro de 2010, o ex-deputado Carlos Araújo contou que, no ano de 1969, assaltou o cofre de Adhemar. A ação teve a participação de Dilma Rousseff, sua futura esposa.
Os 2 milhões e seiscentos mil dólares que conseguiram teve duas destinações: parte foi doada para ajudar brasileiros exilados por motivos políticos na Argélia e o resto se destinou a sustentar a luta armada contra o regime militar.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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