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Opinião O momento é de crise, de guerra, e, na guerra, se faz o necessário

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O presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sérgio Moro

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sérgio Moro. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Desamparo, talvez essa seja a palavra para descrever esse momento tão tenso que vivemos hoje no Brasil. Sem dúvidas, nos sentimos perdidos e vulneráveis de todos os lados: na saúde, na política e na economia. A crise entre Bolsonaro e Moro deflagrou ainda mais esse sentimento, pois acredito que, como eu, muitos brasileiros viam nessa parceria uma promessa de um governo melhor para o Brasil, pautado na honestidade e seriedade.

A dupla se desfez e com ela se desfez também o sonho de podermos confiar em um futuro melhor. Na sexta-feira, ficamos atentos aos pronunciamentos com os olhos amedrontados e desconfiados, tais quais os de uma criança perdida dos pais. Não sabíamos o dia de amanhã e nem em quem confiar, enquanto tínhamos a nítida impressão de ver nosso País desabar. Passada minha confusão mental inicial, hoje acredito que Moro tenha prestado um ótimo trabalho como juiz e também como ministro para o Brasil.

Porém, talvez tenha falhado como político (além de certamente ter perdido a oportunidade de sair de forma mais elegante do governo). O momento é de crise, de guerra, e, na guerra, se faz o necessário. Na guerra, não podemos ficar no óbvio, precisamos de estratégia. Ele próprio deveria saber disso uma vez que, por um bem maior, alegadamente forneceu dicas ao Dallagnol na época da Lava-Jato. O governo de Bolsonaro está sendo atacado. Os líderes do Congresso estão escancaradamente impondo suas condições ao governo e, por mais que Bolsonaro não queira fazer “a velha política”, talvez tenha se visto obrigado a fazê-la.

Teve que usar de seu poder político para fazer escolhas que o favoreça, simplesmente porque não teve a possibilidade de fazer diferente. Bem que ele tentou fazer diferentemente, pois escolheu um ministro íntegro e a ele deu liberdade. Nem preciso repetir que governos anteriores nunca abriram mão desse poder. Porém, o cenário mudou e, nesse momento de guerra, Bolsonaro teve que lutar. Vi um vídeo do Caio Coppola, jornalista que admiro muito, falando que preferia ver o presidente deposto a ver o presidente cedendo a corruptos e fazendo esse jogo sujo de troca de favores.

Entendo, também acho triste, mas não sei se preferiria ver Bolsonaro deposto. Ainda assim, acredito na sua vontade de fazer um País melhor, no seu patriotismo, nas suas ideias liberais para economia, nas suas tentativas de combate à corrupção, na sua preocupação genuína com o futuro do Brasil em vigência dessa pandemia. Difícil o desamparo, a desilusão, mas “c’est la vie”. Nos resta o real, o possível, e não vamos desistir.

* Cláudia Fam Carvalho, médica psiquiatra e psicoterapeuta 

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