Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo O papa enviou uma carta aos chilenos e admitiu “vergonha” por abusos que abalaram a imagem da Igreja Católica no país

Compartilhe esta notícia:

Francisco em visita ao Chile no início do ano. (Foto: Ximena Navarro/Fotos Públicas)

O papa Francisco enviou uma carta ao povo do Chile sobre o escândalo de pedofilia que abalou a imagem da Igreja Católica no país, na qual admite sentir “vergonha” por não ter reagido às denúncias a tempo.

A correspondência é mais um mea culpa do Pontífice, enquanto as vítimas aguardam as prometidas medidas concretas contra sacerdotes envolvidos em casos de abuso. “Como Igreja, não podíamos continuar caminhando, ignorando a dor de nossos irmãos”, escreveu o papa, acrescentando que o “conflito” precisa ser “resolvido” e transformado em “uma nova estrada”.

“Acho que aqui esteja um de nossos principais defeitos e omissões: não saber escutar as vítimas. Foram tiradas conclusões parciais, nas quais faltavam elementos cruciais para um discernimento saudável e claro. Com vergonha, devo dizer que não ouvimos e não reagimos a tempo”, reforçou Jorge Bergoglio.

O escândalo no Chile gira em torno do padre Fernando Karadima, 87 anos, condenado pelo próprio Vaticano por violência sexual contra menores. No entanto, suas vítimas também acusam o bispo de Osorno, Juan Barros, e o arcebispo emérito de Santiago, Francisco Javier Errázuriz, de terem acobertado as denúncias.

Em viagem recente ao Chile, em janeiro, o papa chegou a dizer que as acusações contra Barros eram “calúnias”, revoltando as vítimas e provocando críticas até de aliados, como o cardeal norte-americano Sean O’Malley, chefe de uma comissão antipedofilia do Vaticano.

Desde então, Francisco se desculpou com as vítimas em diversas ocasiões e mandou o arcebispo de Malta, Charles Scicluna, para aprofundar as investigações no Chile. A missão culminou em um relatório de 2,3 mil páginas e que fez o papa reconhecer “graves erros de avaliação” sobre o escândalo.

Em seguida, o Pontífice recebeu três vítimas de Karadima e os membros do episcopado chileno, que apresentaram uma renúncia coletiva. Nos próximos dias, Scicluna voltará ao Chile com o padre Jordi Bertomeu, oficial da Congregação para a Doutrina da Fé.

A missão terá como foco a diocese de Osorno, onde trabalha Juan Barros.

Renúncia

No dia 18 de maio, todos os 34 bispos do Chile ofereceram renúncia depois de comparecerem a uma reunião de crise com o pontífice no Vaticano. Em um comunicado lido pelo porta-voz de imprensa, os 34 bispos anunciaram que “todos” colocaram seus postos “nas mãos do Santo Padre”, que é livre para decidir o futuro de cada um. O papa Francisco ainda não anunciou se aceitará alguma renúncia.

Abuso sexual de crianças e jovens

O caso envolve os abusos cometidos pelo padre Fernando Karadima em uma paróquia de Santiago. Ele teve grande influência na igreja chilena e foi responsável por formar 50 sacerdotes, cinco dos quais se tornaram bispos. Depois que vieram à tona as informações de que ele abusou sexualmente de crianças e jovens quando era o titular da paróquia El Bosque, situada em um setor poderoso de Santiago, o religioso foi condenado a uma vida de oração e penitência pela Justiça do Vaticano em 2010.

A Justiça chilena também realizou um julgamento contra Karadima e o considerou culpado, mas ele não foi condenado porque os crimes já estavam prescritos.

Entre os discípulos do padre Karadima figura Juan Barros, designado em março de 2015 bispo da cidade de Osorno, no sul do país. Barros é acusado por vítimas de ter testemunhado e ignorado os crimes do padre pedófilo.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

O presidente da Síria reagiu ao seu colega norte-americano e alertou sobre a possibilidade de choque com as forças dos Estados Unidos
Fórum vai abordar a participação das mulheres no mercado de trabalho
https://www.osul.com.br/o-papa-enviou-uma-carta-aos-chilenos-e-admitiu-vergonha-por-abusos-que-abalaram-a-imagem-da-igreja-catolica-no-pais/ O papa enviou uma carta aos chilenos e admitiu “vergonha” por abusos que abalaram a imagem da Igreja Católica no país 2018-05-31
Deixe seu comentário
Pode te interessar