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Por Redação O Sul | 13 de março de 2019
O Parlamento britânico aprovou nesta quarta-feira (13) uma moção segundo a qual o Reino Unido não pode sair da União Europeia (UE) em nenhuma circunstância sem ter ratificado algum acordo com esse consórcio de 27 países.
A decisão representa uma derrota para o governo da conservadora Theresa May, que esperava ver adotada uma proposição mais específica, afastando a possibilidade de separação sem acordo (“no deal”) apenas em 29 de março, até aqui o Dia D do brexit.
Com a escolha dos parlamentares, definida por uma maioria de 4 votos (312 a 308), o Executivo em teoria perde uma carta importante na barganha com a UE: o fantasma de uma saída dura, brusca, que também teria consequências indesejáveis do lado europeu.
Depois do primeiro revés de May, a sessão plenária de quarta foi palco de uma cena insólita. Quando chegou a hora de apreciar a principal moção da pauta, redigida pelo governo, chefes de fileira conservadores, ou seja, correligionários da primeira-ministra, orientaram a bancada a rejeitar o texto.
Isso porque a aprovação, minutos antes, da emenda que descartava todo e qualquer “no deal” (fosse quando fosse) tinha alterado o teor da proposta governamental, que originalmente só falava em afastar o risco de um divórcio litigioso em uma ocasião, 29 de março.
A moção principal acabou sendo aprovada por uma maioria de 43 votos, no segundo fracasso da chefe de governo em um intervalo de menos de uma hora. Os “nãos” desta quarta abrem caminho para o adiamento do Dia D do brexit, que deve ser votado na quinta (14).
May vai propor que, se os parlamentares ratificarem alguma versão do acordo até o dia 20, o governo peça à União Europeia uma “extensão técnica” do prazo para desligamento do bloco. A nova data seria 30 de junho. Até lá, o Legislativo teria tempo para discutir e aprovar as chamadas leis auxiliares, necessárias à fase pós-UE.