Terça-feira, 17 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 15 de janeiro de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A 15 de janeiro de 1986, Ulysses Guimarães, presidente do partido e da Câmara dos Deputados, pediu aos 12 ministros do PMDB que entregassem os cargos. Permitiria a José Sarney montar a equipe que desejasse. A 15 de março do ano anterior, ao assumir às pressas a Presidência, manteve os escolhidos por Tancredo Neves.
Passados 30 anos, o episódio se repete. Na reunião do diretório nacional, a 19 de março, o PMDB vai definir quando devolverá os sete ministérios que ocupa. Há motivos para que a decisão não passe de maio: os conflitos do vice Michel Temer com a presidente Dilma Rousseff; as dificuldades em defender o governo na campanha eleitoral e o encaminhamento de candidatura própria ao Planalto em 2018.
Mesmo que o PMDB tenha a maior bancada federal, com 67 deputados, existe divisão interna e se tornou impossível a unidade. Provavelmente, mesmo sem cargos, votará a favor do governo na Câmara dos Deputados e no Senado, quando prevalecer o interesse público.
Há, porém, os que estão arraigados ao poder. Comentam em Brasília, com dose de bom humor, que Kátia Abreu, da Agricultura, e Marcelo Castro, da Saúde, só sairão na maca.
SUGESTÃO
Entre 1876 e 1878, Machado de Assis contribuiu, sob o pseudônimo de Manassés, para a revista Ilustração Brasileira com uma série de crônicas. O título, História de Quinze Dias, era referência à periodicidade da publicação. Em uma delas, escreveu:
“Gosto de algarismos porque não são meias medidas, Eles dizem as coisas pelos nomes, às vezes um nome feio, mas não havendo outro, não escolhem.”
Aos que negam a atual crise financeira do Estado, convém olhar com lupa os algarismos da contabilidade desde a década de 1970. Não são meias medidas.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.