Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de julho de 2019
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (05) que o “povo vai dizer” quem está certo ao comentar os novos diálogos atribuídos a Sérgio Moro, quando ele era juiz, e a procuradores da Operação Lava-Jato. Os diálogos foram divulgados pela revista Veja, em parceria com o site The Intercept Brasil. A revista afirma que as supostas conversas no aplicativo Telegram mostram que Moro orientava de forma ilegal ações da Lava-Jato.
Bolsonaro foi questionado sobre o tema após uma solenidade militar na manhã desta sexta-feira, em Brasília. “Pretendo domingo, não só ir assistir a final do Brasil com Peru. Bem como, se for possível e a segurança me permitir, irei com Sérgio Moro junto ao gramado. O povo vai dizer se nós estamos certos ou não”, afirmou o presidente.
O ministro Sérgio Moro afirmou, por meio de nota, que não reconhece que a autenticidade das mensagens. Segundo o ministro, as mensagens foram “obtidas por meios criminosos” e “podem ter sido adulteradas total ou parcialmente”.
“Lamenta-se que a Revista Veja se recusou a encaminhar cópia das mensagens antes da publicação e tenha condicionado a apresentação das supostas mensagens à concessão de uma entrevista, o que é impróprio”, declarou o ministro.
A Força-Tarefa da Operação Lava-Jato no Paraná também contestou os diálogos atribuídos a procuradores, divulgados pela revista. A força-tarefa afirmou que “não reconhece o contexto e a veracidade das supostas mensagens atribuídas a seus integrantes” e que as mensagens foram “originadas em crime cibernético”. Ainda de acordo com a força-tarefa, “o trabalho dos procuradores da República na operação foi analisado e validado por diferentes instâncias do Judiciário”.
Ministério
O Ministério da Justiça confirmou que Bolsonaro “foi informado sobre o andamento das investigações em curso” sobre as candidaturas laranjas do PSL, sigla à qual o presidente é filiado. A pasta acrescentou que “as informações repassadas não interferem no trâmite das investigações”.
O inquérito, porém, tramita em segredo na Justiça Eleitoral de Minas Gerais, conforme a Folha informou nesta sexta-feira. Durante uma entrevista coletiva à imprensa no dia 28 em Osaka, no Japão, Bolsonaro revelou que obteve do ministro da Justiça, Sérgio Moro, uma “cópia do que foi investigado pela Polícia Federal”. Procurado na segunda-feira (1º) com uma série de perguntas sobre o assunto, o Palácio do Planalto não havia se manifestado até a publicação deste texto.