Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de setembro de 2020
Os preços do petróleo afundaram cerca de 4% nessa segunda-feira (21), com o crescente número de casos de coronavírus gerando preocupações quanto à demanda global e uma possível retomada na produção da Líbia ampliando os temores de um excesso de oferta da commodity.
O petróleo acompanhou outros mercados de ações e commodities em meio à aversão ao risco nesta segunda, já que o aumento nas contagens de Covid-19 na Europa e em outros países desencadeou novas medidas de “lockdown”, colocando em dúvida a recuperação econômica.
“Estamos vendo mais notícias deprimentes sobre a demanda por combustível de aviação”, disse Gary Cunningham, diretor de pesquisas de mercado da Tradition Energy em Stamford, Connecticut. “Vemos um mercado muito mais fraco. O panorama econômico já não parece tão otimista quanto antes.”
O petróleo Brent fechou em queda de US$ 1,71, ou 3,96%, a US$ 41,44 por barril. Já o petróleo dos Estados Unidos (WTI) recuou US$ 1,80, ou 4,38%, para US$ 39,31 o barril. Ambos os contratos registraram os maiores declínios em duas semanas.
Mais de 30,78 milhões de pessoas já foram infectadas pelo coronavírus, segundo contagem da Reuters. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, cogitou nessa segunda um novo “lockdown” nacional, enquanto os números de casos também subiram na Espanha e França.
Enquanto isso, trabalhadores retomaram as operações no campo de Sharara, na Líbia, de acordo com dois engenheiros que atuam no local, depois de a National Oil Corporation anunciar a suspensão parcial de uma medida de força maior. No entanto, ainda não está claro quando e a que nível a produção de petróleo na área poderá ser retomada.
Petrobras
O julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) para decidir se a Petrobras terá que submeter à aprovação do Congresso o processo de venda de suas refinarias, pode atrasar ainda mais o programa de desinvestimento da estatal.
Três ministros já se manifestaram contrários à continuidade de processos para a venda de suas refinarias, incluindo o relator do caso Edson Fachin. Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello acompanharam o ministro. A sessão se estenderá até o próximo dia 25.
“Se as regras do STF contra a Petrobras e a aprovação do Congresso forem necessárias para vender refinarias, isso poderia atrasar significativamente o processo a ponto de ocorrer apenas após as eleições de 2022”, afirmaram os analistas Fred Mendes e Flávia Meireles.
Além disso, a postergação do plano poderia interferir no cronograma de desalavancagem e nos dividendos da empresa, afirmam.
Apesar disso, a dupla acredita que a Petrobras têm argumentos fortes para vencer o processo. Primeiro: o STF já se pronunciou a favor da empresa de forma mais ampla em 2019. Segundo: a Petrobras continuará a possuir uma quantidade significativa de ativos de refinaria após as vendas (49% de sua capacidade atual).