Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 15 de junho de 2020
Após o município de Santana do Livramento (Fronteira-Oeste) ter a sua bandeira alterada de laranja (médio risco de contágio por coronavírus) para vermelha (alto) no sistema de distanciamento controlado imposto pelo governo gaúcho, o prefeito Solimar Gonçalves determinou toque de recolher na cidade, na faixa de horário entre 22h e 5h. A medida entrou em vigor nesta segunda-feira (15).
Ele também decidiu pela implantação de uma espécie de “barreira sanitária” nos acessos ao município (localizado na fronteira com a uruguaia Rivera) pelas rodovias federais BR-158 e BR-293, por meio de procedimentos como a identificação de condutores e passageiros que chegam, medição de suas temperaturas corporais e a aplicação de produto desinfetante.
Embora conteste a inclusão da cidade na mudança de bandeira (que apertou as restrições a uma série de atividades), Solimar optou pela filosofia do “cumpra primeiro, conteste depois”, garantindo que respeitará as ordens determinadas pelo governador Eduardo Leite.
Essa postura, confirmada em pronunciamento nas redes sociais, destoa da adotada por prefeitos vinculados à Amfro (Associação dos Municípios da Fronteira-Oeste). Inconformados com o que consideram ser uma injustiça, enviaram ofício com questionamentos ao Palácio Piratini e, em declarações públicas, ameaçam descumprir em bloco as restrições decorrentes da bandeira vermelha.
Outra medida, já em prática desde esta segunda-feira pela Secretaria Municipal de Saúde e Vigilância Epidemiológica de Santana do Livramento, é a testagem de coronavírus na população. Agentes percorreram estabelecimentos em diversos bairros e aplicaram os exames de forma aleatória nos trabalhadores.
Somente durante a manhã, foram aplicados ao menos 50 testes rápidos, dos quais nenhum teve resultado positivo. O trabalho prossegue nesta terça-feira.
Além disso, o prefeito de Santana do Livramento já pediu, em reunião com a colega Alma Galup, de Rivera, para que a “coirmã” uruguaia também adote a medida, até porque não há divisão física entre as duas cidades, onde o comércio é intenso e apenas uma cidade faz essa separação. Alma, por sua vez, diz que só poderá tomar uma decisão nesse sentido se uma comissão diplomática binacional for montada com esse objetivo.
Situação
De acordo com o mais recente boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual da Saúde), até esta segunda-feira Santana do Livramento já havia confirmado ao menos 65 diagnósticos positivos de coronavírus, o que coloca o município fronteiriço na 45ª posição no ranking gaúcho da pandemia. Esse número inclui cinco óbitos (décimo-quinto lugar nesse quesito). Já a vizinha Rivera soma até agora dez casos de Covid-19, com uma perda humana.
(Marcello Campos)
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