Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de abril de 2020
Apesar do calendário na América do Sul ter sido paralisado desde o último mês de março, Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, em entrevista à agência “Reuters”, disse confiar no retorno do esporte no continente e na realização da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana. Ainda assim, o paraguaio não descartou a possibilidade de que os torneios aconteçam com portões fechados.
A Libertadores pode começar quando os campeonatos nacionais recomeçarem, embora a dinâmica do transporte também seja algo importante, uma vez que a maioria dos países fecharam suas fronteiras.
O mandatário não quis especular um período sobre o regresso das competições, devido às recentes suspensões do futebol no continente. Domínguez acredita que, com 76 clubes envolvidos nos dois torneios da Confederação, o calendário que prevê as competições até o final de novembro seja retomado a qualquer custo.
“Eu acho que as coisas vão voltar ao normal, mas é preciso de tempo. E é claro que eu gostaria de ver estádios lotados, mas se a solução para termos futebol de volta é jogar sem público, então é desse jeito que iremos jogar”, afirma.
A suspensão dos jogos referentes aos campeonatos organizados pela Conmebol é válida até o dia 5 de maio, mas é provável que a medida seja prorrogada, uma vez que os casos de coronavírus na América do Sul não param de crescer diariamente.
Criação de fundo
A Conmebol divulgou, nesta quinta-feira (2), uma receita recorde em sua história: a entidade faturou US$ 509 milhões no ano de 2019. Com isso, a Confederação Sul-Americana também anunciou a criação de um fundo de até US$ 65 milhões para auxiliar os times que disputam suas competições.
Esse fundo será usado para os clubes anteciparem parte da receita que teriam direito pela disputa das Copas Libertadores e Sul-Americana. A verba a ser retirada poderá ser de até 60% do que o clube teria direito de receber na competição. Além disso, a própria entidade criou um fundo de emergência de US$ 27 milhões.
“Com a casa em ordem, podemos enfrentar estas circunstâncias excepcionais com tranquilidade e com a capacidade de resposta necessária, tanto no lado financeiro quanto no institucional. A situação é crítica e não devemos subestimá-la. Por enquanto, é uma batalha que devemos jogar em casa, ficando dentro dela para frear o avanço do vírus”, declarou Alejandro Domínguez, presidente da entidade.
De acordo com o dirigente, a receita histórica da Conmebol se deu por dois motivos. O primeiro foi a realização da Copa América no Brasil, que teve, segundo a Conmebol, “a maior arrecadação de sua história”. O torneio vencido pela seleção brasileira teve quatro patrocinadores e uma grande receita em bilheteria. O outro motivo é o novo modelo de comercialização da Libertadores e da Sul-Americana.
A receita recorde da Conmebol fez também saltar a arrecadação dos clubes. Segundo a entidade, US$ 451 milhões (93% de toda a receita) do que foi ganho no ano passado foram reinvestidos nas 28 competições organizadas por ela. Só na Libertadores foram dados US$ 162 milhões em premiação para as equipes.