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Mundo O presidente da França, Emmanuel Macron, se esforça para demonstrar que aprendeu lições da revolta dos coletes amarelos e que pretende encerrar seu quinquênio com um estilo marcado pelo diálogo

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Macron manteve as eleições no domingo. (Foto: Reprodução/Twitter)

Para o chamado Ato II de seu mandato, o presidente Emmanuel Macron se esforça para demonstrar que aprendeu lições da revolta dos coletes amarelos e que pretende encerrar seu quinquênio com um estilo marcado pelo diálogo, sem no entanto renunciar a suas ambições de reformar o país. Depois de dois anos sem passar pela prova do voto, Macron enfrentará, a partir de março de 2020, eleições municipais, departamentais e regionais. Seu caminho até o pleito presidencial e a tentativa de reeleição, em 2022, promete ser repleto de obstáculos. As informações são do jornal O Globo.

A segunda metade do governo do líder francês, que assumiu em maio de 2017, começou sob a ameaça de questões abrasivas e uma crescente contestação social. Temas como a reforma das aposentadorias, a ecologia, a imigração e o projeto de lei que dá aos casais gays o direito à reprodução assistida gratuita prenunciam debates inflamados no Parlamento e na sociedade.

Aposta ecologista

Em um contexto social conturbado, em que as próprias forças da ordem organizam para 2 de outubro uma “marcha da cólera” por melhores condições de trabalho, o presidente adiou para o ano que vem a reforma das aposentadorias, uma de suas principais bandeiras de campanha. Na explicação oficial, o governo quer estender o prazo para ouvir sindicatos e representantes das categorias a fim de apresentar um projeto de maior consenso. “Provavelmente dei a impressão de que queria reformar contra o povo, e, por vezes, minha impaciência foi sentida como uma impaciência em relação aos franceses. Não é o caso”, disse Macron em entrevista à revista Time.

“Essa é a principal reforma social que Macron deseja implementar”, diz o analista político Christophe Bouillaud, da Universidade de Grenoble. “Ele pretende, sobretudo, adiá-la para depois das eleições municipais. Muitos grupos sociais já se mostram inquietos. A recente greve do metrô de Paris contra a reforma foi um sucesso. Macron não está conseguindo controlar as ruas, e, na minha avaliação, o Ato II é puro teatro. O método continua o mesmo, e o fascinante é sua incapacidade de fazer uma inflexão.”

Nesta segunda etapa de governo, o presidente optou por manter a mesma equipe liderada pelo premier Edouard Philippe. “Cabe a vocês mudarem”, desafiou em recente reunião do Conselho de Ministros. Para provar que não é mais o líder “jupiteriano” criticado por governar encastelado no Palácio do Eliseu, decidiu transformar o Grande Debate — reuniões com cidadãos, prefeitos e políticos locais —, lançado para conter a ira dos coletes amarelos, em uma iniciativa permanente. A reforma das aposentadorias está entre os temas a serem discutidos.

Para Bruno Cautrès, do Instituto de Estudos Políticos de Paris, as medidas são insuficientes para caracterizar uma virada:

“Macron investe na comunicação sobre a mudança de método, mas existe um sentimento de que sua mensagem se torna difícil de decodificar. Ele ziguezagueia à esquerda e à direita, nos âmbitos nacional e internacional. E as razões que levaram à explosão da cólera ainda estão presentes. Não é com um pouco mais de poder de compra que vai mudar a percepção de que se vive em uma sociedade injusta e reabsorver todas as desigualdades sociais.”

A desaceleração da economia francesa é menos acentuada se comparada à zona do euro, mas os indicadores do país ainda deixam a desejar: crescimento de 1,3%, desemprego de 8,5%, déficit e dívida públicos de 3,2% e 99,6% do PIB, respectivamente. Macron elegeu o meio ambiente como uma prioridade, procurando se impor, inclusive, como uma liderança internacional. A aposta, segundo o analista Claude Pennetier, do Centro Nacional de Pesquisas Sociais, ainda não está ganha:

“Há um verdadeiro movimento pela ecologia, e Macron tenta recuperá-lo para si. Mas seu espaço com os agricultores é fraco, e ele não consegue tomar medidas fortes em relação aos agrotóxicos, por exemplo. Mas Macron é muito hábil, e a situação no plano internacional é tão catastrófica, com as loucuras de Donald Trump, o Brexit de Boris Johnson ou o Brasil de Jair Bolsonaro, que ele consegue aparecer como um elemento de equilíbrio e responsável.”

No debate sobre a reprodução assistida, o presidente enfrenta a oposição de políticos conservadores e protestos da Igreja e associações católicas, a exemplo do que ocorreu com a lei sobre o casamento homossexual, aprovada no governo François Hollande.

“Macron corre o risco de perder um pouco do apoio da direita tradicional já conquistado até agora”, diz Pennetier.

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