Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de junho de 2020
Depois de meses de tensão, as alas do PSL ligadas ao presidente Jair Bolsonaro e ao presidente do partido, Luciano Bivar, sinalizam uma trégua, movimento que se somará à aliança de Bolsonaro com o Centrão para fortalecê-lo no Congresso.
A bandeira branca foi hasteada na bancada do partido na Câmara com a escolha do deputado Felipe Francischini (PR) como líder do partido, em substituição à deputada Joice Hasselmann (SP), que ficou dois meses no cargo e passará a se dedicar à campanha pela prefeitura de São Paulo. Embora o nome de Francischini tenha sido confirmado, a troca ainda não foi oficializada pela Câmara.
Com parte dos deputados bolsonaristas suspensos das atividades partidárias na Câmara, Felipe Francischini assumirá a liderança com apoio da ala bivarista, que temia perda de capital eleitoral com um afastamento em relação ao presidente, em um movimento também articulado por aliados próximos de Bolsonaro.
A posição considerada “conciliadora” de Francischini, de não ter confrontado o presidente depois do rompimento dele com o PSL, em novembro, será reproduzida em sua liderança e contrasta com a postura francamente crítica de Joice, ex-líder do governo no Congresso e hoje desafeta do presidente e de seus filhos. Enquanto comemoravam a ascensão do futuro líder, deputados bolsonaristas tripudiavam da saída de Joice da liderança nas redes sociais e uma hashtag ofensiva à deputada ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter na noite de quinta-feira (4).
Acusação
As deputadas federais Carla Zambelli, Bia Kicis e outros parlamentares denunciarão Joice Hasselmann à Procuradoria-Geral da República (PGR) por possível criação de CPFs falsos para utilização de perfis nas redes sociais, segundo nota divulgada por sua assessoria de imprensa. A informação foi revelada em reportagem da CNN Brasil nesta sexta-feira (5).
Carla Zambelli acredita que a ex-líder do Governo é “o braço político” do que pode ser uma “quadrilha” de hackers especializada em assassinatos de reputação. “Conforme a reportagem apurou, Joice usaria recursos públicos para financiar fake news”, diz.
Ela afirma que processará Joice por danos morais e afirmou que não o havia feito antes pois não fazia ideia da dimensão da organização por trás dos ataques que vinha sofrendo. “Mas, olhando como um todo agora, percebe-se que o que ela fez foi criminoso e maligno”, destaca.