Sexta-feira, 09 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 16 de março de 2023
O Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou 14 pessoas no âmbito da operação “Penalidade Máxima”, que revelou esquema de combinação de resultados em pelo menos três partidas da última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro de 2022. Entre os denunciados há oito jogadores, incluindo o ex-atacante do Vasco, Ygor Catatau, que estava no Sampaio Corrêa e atualmente está no Sepahan, do Irã. A Justiça goiana já aceitou a denúncia e todos são considerados réus.
Os denunciados são os atletas: Gabriel Domingos de Moura e Marcus Vinicius Albes Barreira (Romário), no Vila Nova à época; Joseph Maurício de Oliveira Figueiredo, do Tombense; e Ygor de Oliveira Ferreira (Ygor Catatau), Allan Godói dos Santos, André Luís Guimarães Siqueira Júnior, Mateus Da Silva Duarte e Paulo Sérgio Marques Corrêa, todos do Sampaio Corrêa na última rodada da Série B de 2022.
Eles foram denunciados no artigo 41-C do Estatuto de Defesa do Torcedor, que trata sobre “Solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado”. A pena prevista é de dois a seus anos de prisão.
Além deles, também foram denunciados Bruno Lopes de Moura, Camila Silva da Motta, Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Luís Felipe Rodrigues de Castro, Victor Yamasaki Fernandes e Zildo Peixoto Neto; todos apontados como cooptadores e apostadores.
De acordo com o MPGO Bruno Lopes era o líder do grupo de apostadores — ele chegou a ser preso quando a operação foi deflagrada — e sua estratégia, neste caso, já que há outros em investigação, era que os jogadores cometessem um pênalti no primeiro tempo de cada partida. A partida daí em conjunto com Ícaro, Luis Felipe e Victor cooptaram jogadores para cometer as infrações nas partidas entre Sampaio Corrêa x Londrina; Tombense x Criciúma; e Vila Nova x Sport.
Sampaio Corrêa x Londrina
Para esta partida, os apostadores Bruno, Ícaro e Luís Felipe fizeram um acerto com o atacante Ygor Catatau, conforme relata o MPGO na denúncia. O jogador cooptou outros quatro atletas e todos eles receberam R$ 10 mil antecipado com a promessa de que outros R$ 140 mil seriam dados a eles após o cometimento do pênalti. Nessa partida, o jogador Mateus, conhecido como Mateusinho, cometeu o pênalti.
Tombense x Criciúma
Nesse jogo, coube a Bruno e Ícaro o contato com Joseph, que topou participar da empreitada. O esquema oferecido foi o mesmo: R$ 10 mil antecipado e outros R$ 140 mil após o esquema dar certo. Ele cometeu o pênalti.
Vila Nova x Sport
Para a terceira partida, Bruno e Ícaro tiveram a ajuda de Victor. Eles combinaram o esquema com Romário, que indicou o jogador Gabriel Domingos para cometer o pênalti. O sinal foi pago a Domingos, que dividiu o valor com Romário.
Bruno e Victor também tentaram cooptar outro jogador do Vila. Porém, Riquelme Souza Silva negou a proposta e não fez parte do esquema.
Esquema deu errado
Para que o esquema desse certo, era necessário que os pênaltis acontecessem nas três partidas em que foram feitas apostas. Os sites usados foram das empresas Betano e Bet 365. Porém, nem Romário e nem Domingos foram escalados para o jogo. Eles comunicaram aos apostadores, que pediram que eles ajeitassem a situação já que o esquema estava montado.
A partir daí, Domingos devolveu os R$ 5 mil para Romário, que passou a tentar cooptar outros jogadores. Ele entrou em contato com Jean Francisco Martin, Willian Prado Camargo e Van Basty Sousa e Silva, mas sem sucesso. Todos negaram participar do esquema.
Sem ninguém para cometer o pênalti, o esquema de manipulação de apostas deu errado. As informações são do jornal O Globo.