Quarta-feira, 01 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de julho de 2017
Em coletiva de imprensa realizada na manhã deste sábado (15), a Polícia Civil apresentou o resultado da Operação Cedrales e a prisão do maior abastecedor e distribuidor de maconha para o Rio Grande do Sul e com negócios em outros estados brasileiros, Neri José Soares, de 38 anos, conhecido como Nazaré.
Com uma ação precisa, sigilosa e de alto risco, a Polícia Civil, por meio da 1ª DIN/Denarc (Delegacia de Investigações do Narcotráfico), deslocou ao Paraguai e capturou o suspeito, foragido desde 2013, na localidade de Los Cedrales.
Operação foi detalhada em coletiva. (Foto: Reprodução/Polícia Civil)
Após um ano e sete meses, a investigação apurou o paradeiro do suspeito considerado o principal narcotraficante do estado, acima inclusive de facções e outros líderes do tráfico de drogas. O preso tem relações diretas com lideranças do tráfico internacional, responsáveis por liderar facções do sudeste do país.
De acordo com os delegados Mario Souza e Guilherme Calderipe, o preso tem negócios em todo país e vivia de forma discreta no país vizinho, onde atuava há cerca de 15 anos.
“Extremamente cuidadoso, ele não usava smartphones, trocava de carro todo mês e apenas usava linhas telefônicas paraguaias, uma por semana. Além disso, ele aprendeu a falar outras línguas e assim aumentou sua atuação no Paraguai”, destacou Souza. O delegado também afirmou que Nazaré estaria acima das facções, sendo um traficante “supra facções”. “Não vou comparar, são perfis diferentes, mas Fernandinho Beira-Mar, depois dele, em termos de crime organizado, poder e influência, é o Neri”, relatou.
O delegado Calderipe conta que o suspeito tinha no Paraguai, um porto particular com sete lanchas, nas quais enviava por vez e em cada uma, cerca de 1,5 toneladas de maconha, que depois eram transportadas e distribuídas por caminhões graneleiro.
Segundo os delegados, o preso começou a atuar na zona norte de Porto Alegre, onde foi pioneiro em crimes de homicídios violentos e práticas de esquartejamento. Ele também é suspeito de participação e liderança em roubos de grandes valores e possivelmente no tráfico de armas.
A operação foi saudada e a equipe da Polícia Civil foi parabenizada pelo secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer. “Hoje é um dia em que todos gostariam de vestir a camiseta da Polícia Civil”, disse o secretário. Schirmer também lembrou as dificuldades de recursos financeiros e materiais que a corporação enfrenta.
A logística da operação teve o apoio do GIE (Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos), da DAA (Divisão de Apoio Aéreo), com o helicóptero da PC/RS, da Polícia Nacional do Paraguai, Polícia Civil do Paraná e da Polícia Rodoviária Federal.
Os policiais lembraram o grau de dificuldade da operação, especialmente no que diz respeito a informações, confirmações e depois no transporte de um preso com esses antecedentes, envolvendo riscos para todos os envolvidos. Apesar da dificuldade as autoridades lembraram que este é apenas o início da operação.
A Polícia Paraguaia, parceira na operação, repercutiu o caso em suas redes sociais e divulgou a prisão de Neri por tráfico e homicídio.
Policías detienen a brasileño con antecedentes y orden de captura por narcotráfico y homicidiohttps://t.co/s70TW5djUf pic.twitter.com/2TlEjzG9iM
— RRPP-POLICÍA (@RRPPpoliciapy) July 14, 2017