Quarta-feira, 13 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 25 de setembro de 2022
A Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) afirmou no sábado (24) que foi vítima, junto ao governo estadual, do disparo de mensagens de texto com apoio ao presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) para usuários da plataforma estadual Paraná Inteligência Artificial (PIÁ). O caso foi registrado no fim da noite de sexta-feira (23). A mensagem de texto enviada pregava invasão ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal.
“O caso é grave e os responsáveis serão penalizados na forma da lei. Os órgãos policiais e eleitorais já foram acionados em todas as esferas e os boletins de ocorrência realizados para fins de investigação. […] A Celepar e o Governo do Estado foram vítimas desse crime”, cita a nota.
Na manifestação, o órgão também afirmou que o fato aconteceu a partir de empresa terceirizada Algar Telecom e que a mesma foi notificada. O contrato entre as partes têm valor superior a R$ 4 milhões e prevê pagamento de R$ 0,0412 por SMS. A validade é agosto de 2024.
A Algar Telecom afirmou ter detectado “um acesso indevido à plataforma, com um IP que não pertence à operadora”. A empresa informou que bloqueou a conta responsável pelos disparos e que analisa o caso internamente, além de colaborar com a apuração dos fatos.
No sábado (24), a Celepar também ressaltou não ter tido ciência, não ter dado autorização e não ter enviado qualquer tipo de mensagem. Além disso, salientou que a esfera estadual não teve ‘qualquer iniciativa’ ou ‘envolvimento’ no caso.
“A Celepar notificou a empresa terceirizada para que preste os esclarecimentos de acordo com os parâmetros contratuais e repudia qualquer tentativa de uso político, eleitoreiro ou manifestação antidemocrática a partir de suas plataformas de serviços e trabalha ativamente para combater esse tipo de atitude”, afirmou.
O repúdio também foi ressaltado pelo Governo do Paraná, que chamou o episódio de “fato lamentável”.
Investigação
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil (Nuciber/PCPR) iniciou investigações para apurar os responsáveis pelo disparo das mensagens.
Ressaltou também que “empregará seus policiais especializados que deverão atuar em colaboração a órgãos federais”.
Por nota, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse ter tomado ciência do caso e ter feito um encaminhamento para o Ministério Público Eleitoral (MPE) pela da parceria do Programa de Enfrentamento à Desinformação da Justiça Eleitoral.
Disparo de mensagens
Um morador de Ponta Grossa ouvido pelo portal de notícias G1 foi uma das pessoas que recebeu a mensagem. Ele contou que o conteúdo chegou até ele às 23h56 da última sexta-feira. O número que enviou a mensagem é o mesmo que dá informações sobre protocolos abertos no PIÁ.
A mensagem diz:
“Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senão, vamos a rua para protestar! Vamos invadir o congresso e o STF! Presidente Bolsonaro conta com todos nós!!”.
O homem, que é advogado de trânsito, disse ter feito uma denúncia para o Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre o caso.
“Para mim é muito comum receber mensagens deste número, com serviços do Detran, confirmando protocolo de recursos, agendamentos por conta do trabalho. Até pelo horário, minha surpresa em receber uma mensagem atípica deste número, de cunho político ideológico. Não obstante, uma mensagem de teor agressivo, antidemocrático, incitando ódio às instituições”, disse a fonte. As informações são do portal de notícias G1.